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A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Rosa Mônica de Souza
Rosangela Parisi Mafra
Denise Patricia da Silva

 

RESUMO

 

O presente trabalho trata da Importância do Letramento no Processo de Alfabetização da Educação Infantil. Buscando observar o como acontece o letramento na educação infantil e a importância e os benefícios de se trabalhar o letramento e o que traz na aprendizagem do aluno. O letramento e um processo dinâmico onde o significado da ação letrada é construído continuamente e reconstruído por participantes. Seu conceito não é o mesmo para todos os autores, logo o sentido do letramento e dinâmico, pois ocorre no cotidiano de todos os indivíduos. O letramento não é a prática mais utilizada pelos professores em sala de aula, porém e uma das práticas para reconhecer o que o aluno tem de conhecimento e dali partirem para o planejamento das atividades a ser desenvolvida, também devem criar maneiras diferentes estratégias de ensino de acordo com a particularidade de cada aluno. Além disso, contribui para a reconstrução do método pedagógico, abordando a expectativas teóricas e as práticas atuais para alfabetizar letrando.


Palavras-Chave: Alfabetização; Letramento; Educação infantil.

 

Introdução

 

O presente estudo tem como tema a Importância do Letramento no Processo de Alfabetização da Educação Infantil salientando que é um processo que inicia bem antes da criança iniciar sua vida escolar, a aprendizagem da leitura e da escrita. Hoje, e de suma importância conhecer o funcionamento da escrita, a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita, enquanto o letramento se preocupa com a função social do ler e do escrever. Logo letrar e alfabetizar são duas tarefas a serem desenvolvidas simultaneamente nas salas de alfabetização.

Pois além de se tratar de dois termos distintos, que não se confunde um com o outro, devem caminhar juntos, no qual enquanto que alfabetizar é o ato de ensinar a codificar e decodificar, o letramento se ensina a ler e escrever através das práticas sociais onde a leitura e escrita se tornam presente no dia a dia.

Portanto, e imprescindível uma modificação nas propostas pedagógicas onde possa alfabetizar letrando, pois a leitura e a escrita não pode ser vistas pela escola como termos diferentes, e sim trabalhar juntos para assim estar melhor preparando seus alunos para o mundo ao qual está inserido.

 

Desenvolvimento

 

A educação infantil surgiu com o largo crescimento, e as mudanças das famílias que precisavam de alguém que cuidasse de seus filhos enquanto trabalhavam deu-se a ideia de criar a educação infantil. Onde suas primeiras concepções eram de crianças que precisava de cuidados, por suas mães precisavam trabalhar para ajudar nas despesas de casa e precisavam de um lugar onde pudessem deixar seus filhos com segurança.

Após muito tempo a educação infantil foi reconhecida por lei por ser uma etapa muito importante na vida das crianças, até chegar aos dias de hoje de a criança ser reconhecida como sujeito perante a sociedade. É importante lembrar que a educação infantil tem uma função pedagógica, aí a necessidade de uma melhor formação para os profissionais que atuarão nesta etapa buscando novos conhecimentos, voltados para educação infantil.

E importante buscar o como ensinar estas crianças a linguagem escrita e oral, pois são elementos essenciais para sua inclusão e participação em vários estágios das práticas sociais.

Logo o Referencial Curricular nacional Para a Educação Infantil (1998, p.117) esclarece que:


A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguística básicas: falar, escutar, ler e escrever.


E importante relatar que as crianças ao serem ouvidas pelos colegas e professores se sentem importantes, assim ampliando seu conhecimento e sua leitura de mundo, Steuck, Pianezzer (2013, p.184) diz que “a fala é o principal veículo de comunicação entre as crianças, os familiares, professores e colegas. Por meia da fala, a criança expressa seus sentimentos, desejos ou angústias”.

Este conhecimento pode acontecer de diversas formas através de conversa formais e informais. O RCNEI (1998, p.117) “Diz que a aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais”.

A linguagem oral está presente na vida da criança desde que nascem está presente a todo o momento no nosso dia a dia, através da fala que crianças e adultos se expressam, sentimentos e ideias que interagem uma com as outras.

O Referencial Curricular nacional Para a Educação Infantil (1998, p.121) fala que:


É por meio do diálogo que a comunicação acontece. São os sujeitos em interações singulares que atribuem sentidos únicos a fala.... Quanto, mais as crianças puderem falar em situações diferentes, como contar o que lhes aconteceu em casa contar histórias, dar um recado, explicar um jogo ou pedir uma informação, mais poderão desenvolver suas capacidades comunicativas de maneira significativa. Pesquisas na área de linguagem tendem a reconhecer que o processo de letramento está associado tanto à construção do discurso oral como no discurso escrito. Principalmente nos meios urbano, a grande parte das crianças, desde pequenas, estão em contato com a linguagem escrita por meio de seus diferentes portadores de textos, como livros, jornais, embalagens, cartazes, placas de ônibus etc.


As crianças não esperam pelos adultos a ensinarem, elas começam a aprender a partir de informações que vivenciam no cotidiano ao pedirem uma informação ao folhar livros e revistas, quando presenciam diferentes atos de leitura e escrita. A partir destes contatos as crianças começam a criar hipóteses a partir do conhecimento que ela vivenciou por isso as crianças que vivem em um ambiente recheado de livros, de pessoas que tem o abito de ler e escrever tem maior facilidade que as crianças que convivem em um ambiente que não tem este abito.

O RCNEI (1998, p.122) esclarece “que para aprender a ler e escrever a criança precisa construir um conhecimento de natureza conceitual: precisa compreender não só o que a escrita representa, mas também de que forma ela representa graficamente a linguagem”. Isso diz que a alfabetização acontece de maneira natural dentro do procedimento construído com a criança da educação infantil, à medida que ela vai tendo contato com as letras, com a escrita, com livros, brincando de recorte, quebras cabeça desenhos, enquanto elas brincam e interagem com os colegas elas memorizam imagens e conhecimentos que as levam a ter uma grande bagagem de conhecimento necessária à leitura e escrita.

A alfabetização sofre transformações, constantemente devido a vários fatores como época, cultura, local onde a várias concepções do como ensinarem os alunos a escrever e a ler.

Schotten (2011, p. 45) relata que:


É comum considerarmos como alfabetizada a pessoa que lê e escreve. No entanto, esta concepção do que é ser alfabetizados nos remete a uma questão muito mais ampla: o que é ler e escrever? Para uns, ler e escrever resume-se no ato de codificar e de decodificar. Mas há aqueles que dizem que a alfabetização é um processo que envolve outras competências e que ocorre durante toda a vida. (SCHOTTEN, 2011, p. 45).


Logo alfabetização e um processo que dura toda a vida, o conhecimento se renova a todo tempo.

Ainda, Schotten (2011, p. 170) reafirma que:


Alfabetizar significa formar sujeitos que façam a leitura da realidade para muito além das letras, já não é mais possível conceder a escrita exclusivamente como um código de transcrição gráfica de sons, já não é mais possível desconsiderar os saberes que as crianças constroem antes de aprender formalmente a ler, já não é mais possível fechar os olhos para as consequências provocadas pela diferença de oportunidades que marca as crianças de diferentes classes sociais. Portanto, Já não se pode mais ensinar como antes. (SCHOTTEN, 2011, p. 170).


A escola precisa mudar e criar um ambiente acolhedor que busque e tragam para as crianças um ambiente que lhes proporcione maior envolvimento com a escrita e a leitura desenvolvendo a aprendizagem dos códigos e o uso correto da língua portuguesa. conforme Jung (2012, p. 73) “Além de um código a ser aprendido, existe quem aprende em seu contexto da vida, seus modos de falar, de viver, de construir o seu mundo. Podemos, assim, retificar o que já anunciamos anteriormente: a alfabetização é um processo amplo e complexo”.

Compreendemos que a ato de ensinar se faz de modo intenso, por isso que (CARVALHO, 2005, p 17) discorre que: “A professora é ao mesmo tempo mediadora, juíza, apaziguadora, estimuladora, autoridade responsável pela segurança física, animadora da aprendizagem, ombro amigo e, ás vezes, mãe substituta. Além disso, tem que ensinar a ler e a escrever”.

Partindo desta afirmação os profissionais da educação busca acolher seus alunos, além de lhe mostrarem a função social da escrita e leitura. (CARVALHO, 2005, p. 53) relata que “É bom e necessário que a professora tenha à mão livros infantis, jornais, revistas, muito material escrito, de todo tipo, para as crianças olharem e manusearem”.

Pois trabalhando com estes materiais as crianças vão letrando e esta e a função deste material letrar, função esta que todos os professores devem trabalhar, ainda porque, em cada disciplina, a escrita e a leitura têm suas particularidades, que só os educadores que nela atuam conhecem e dominam.

Leal, Albuquerque e morais 2004, p.72-73 (apud Jung 2012, p.170) relata que:


A escola precisa assegurar a todos os estudantes – diariamente – a vivência de práticas reais de leitura e produção de textos diversificados [...] ampliar as experiências das crianças e dos adolescentes de modo que eles possam ler e produzir deferentes textos com autonomia. Democratizar a vivência de práticas de uso da leitura e da escrita e ajudar o estudante a, ativamente, reconstruir essa invenção social que é a escrita alfabética.


Como a ajuda destes autores podemos destacar o como e importante o saber como proceder com relação aos alunos que gêneros de textos trabalharem e como trabalhar para melhor letra-los.

Logo o livro Currículo na Alfabetização: Concepções e Princípios ano1: unidade 1 (2012, p.19) relata que o letramento é [...] “considerado como o estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita”.

O grande desafio dos profissionais da educação e formar escritores e leitores proficientes e competentes. Pois os investimentos destinados a esta área e muito pouco comparado à dimensão social.

Deste modo, um aprendizado expressivo depende do empenho do professor em planejar as suas aulas com coerência, tendo em vista a construção de conhecimentos dos educandos.

É de suma importante relatar que letrar não é exclusivamente função de professor de Língua Portuguesa. Mas sim de todas as disciplinas, e áreas de conhecimento, os alunos aprendem através de práticas da escrita e da leitura interpretando e escrevendo.

Cabe aos professores transformar o aluno alfabetizado em uma pessoa letrada, por meio de estímulos diversificados, a diferentes tipos de leituras, usando de exercícios de interpretação e compreensão, além de diversos outros tipos de instrumentos como livros, jornais, cartas, internet, etc.

Pois são eles os professores responsáveis por todos os profissionais que nos cercam que sabem ler, escrever, somar, fazer plantas, passar receituários etc. se estes profissionais não tenham tido uma boa base como pode desempenhar um bom trabalho no decorrer de sua vida profissional.

 

Conclusão

 

Com base nas pesquisas realizadas, observa-se que a relação oralidade e escrita se constituem como um fator relevante do como acontece o letramento no espaço familiar e educacional. Assim, podemos destacar o quanto e importante às atividades que trabalham com as diferentes linguagens sociais que as crianças estão inseridas, que estão a sua volta no seu convívio do dia a dia, da leitura de um jornal, revista, gibi, numa bula de remédio.

Logo as crianças que convivem em um ambiente que a pessoas tem hábitos de leitura e escrita tem vantagens sobre as outras que não tem esse mesmo convívio, cabe então às escolas fazer o seu papel de alfabetizador, e ainda e de suma importância relatar que letrar e alfabetizar não são exclusivamente função de professor pedagogo ou de Língua Portuguesa. Mas sim de todas as disciplinas, e áreas de conhecimento, os alunos aprendem através de práticas da escrita e da leitura interpretando e escrevendo.

Se todos os educadores se unirem a um só objetivo educar possivelmente todos os alunos saíram com habilidades, e comportamento de leitura que lhes permita, se desenvolver em qualquer ambiente com competências e práticas de leitura e de escrita.

Acredito que ainda há muito a dizer e pesquisar sobre o letramento no processo da alfabetização, pois este estudo não é o primeiro e nem será o último. Espero que este trabalho seja lembrado em outros tempos e em outras situações, servindo de base e incentivos para novas pesquisas.

 

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Deporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Departamento da Educação Fundamental. Coordenação Geral de Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de Mundo. Brasília, 1998.


BRASIL/MEC. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Currículo Na Alfabetização: Concepções e Princípios an1. Unidade1. Brasília: MEC, SEB, 2012.


CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: Um diálogo entre a teoria e a prática. Petrópolis, RJ: Vozes. 2005.


JUNG, Brigitte Klenz. Fundamentos e Metodologias da Alfabetização e Letramento. Indaial: Uniasselvi, 2012.


LEAL, Leiva de Figueiredo Viana. Sujeito letrado, sujeito total: implicações para e letramento escolar. In: Letramento: significado e tendências. (orgs) Maria Cristina de Mello e Amélia Escotto do Amaral Ribeiro, Rio de Janeiro, WAK, 2004.


SCHOTTEN, Neuzi. Processos de Alfabetização. 2º ed. Indaial: Uniasselvi, 2011.


STEUCK, Cristina Danna, PIANEZZER, Lúcia Cristiane Moratelli. Pedagogia da Educação Infantil. Indaial: Uniasselvi, 2013.

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