ESTUDO DAS METODOLOGIAS UTILIZADAS NA EDUCAÇÃO DOS ALUNOS AUTISTAS
Cláudio Scalon1
Maria de Fátima Nunes Antunes²
RESUMO
Esta pesquisa refere-se às metodologias utilizadas na educação dos alunos autistas, tendo como objetivo central salientar a importância de trabalhar com esses alunos e sua maneira de compreender o mundo. Como eles se relacionam com o meio e as pessoas ao seu redor, na escola, na família e na comunidade. Entender questões que ajudem no seu processo de ensino aprendizagem. Dentre as inúmeras metodologias existentes, este trabalho expôs as mais utilizadas para promover o desenvolvimento satisfatório do aluno contribuindo para a prática do professor. O presente trabalho vislumbra sobre o processo de desenvolvimento dessas crianças o qual se inicia desde muito cedo, com o apoio da família, comunidade e escola, assim, dando oportunidades para desenvolverem suas capacidades, habilidades e descobertas. Sendo assim, um processo lento e minucioso, que exige muita paciência de ambas as partes. À família cabe buscar/estar sempre informada e, ao profissional, cabe corresponder a essa expectativa, tratando o da maneira mais adequada possível em seu processo educativo. Cabe também, informar sobre os serviços disponíveis na comunidade, orientando os tratamentos adequados aos pacientes e seus familiares.
Palavras- chave: Metodologias. Crianças Autistas. Desenvolvimento.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta as metodologias utilizadas na educação dos alunos Autistas. O tema foi escolhido e delimitado através das perguntas de partida: O que é Autismo? O que é Espectro Autista? Quando surgiu o autismo? Como tem sido a História do Autismo no Brasil?Que critérios definem seu diagnóstico? Como a família deve reagir diante da situação? Quais são as metodologias utilizadas na educação dos alunos com Autismo?
As perguntas foram escolhidas com o objetivo de investigar e sanar as dúvidas da maioria dos profissionais de educação e pais de crianças que apresentam características autistas.
A rigor, o estudo percorre as metodologias adequadas para um trabalho satisfatório com alunos autistas, oportunizando destacar vários recursos educativos, no processo de seu desenvolvimento. Metodologias adequadas criam imprescindíveis condições de estímulos e equilíbrio para a criança.
Na escola dita regular, geralmente o trato de crianças especiais diversas, dentre as quais, alunos autistas, é remetido às chamadas Salas de Apoio, uma espécie de recanto especializado para esta missão. Lá a experiência e o testemunho laboral de profissionais da educação, revela que há estudantes com vários traços de autismo, de diferentes graus manifestos: leve, moderado e severo. Ousamos pois examinar este tema, à luz da busca por meios e recursos adequados para o atendimento humanizado das pessoas com estas características, em busca do seu aprendizado e de sua evolução possível.
2 DESENVOLVIMENTO
O tema autismo, é recorrente no mundo da pesquisa cientifica, sendo, pois estudado por pesquisadores, abordagens diversas acerca de sua definição, de como lidar, como melhorar a comunicação do indivíduo que sofre com autismo e como aprendem. Muitas vezes é interpretado por algo inexplicável, sem solução. Porém, métodos baseados na neurociência nos mostra que uma pessoa com autismo sente, olha e percebe o mundo de maneira muito diferente da nossa. Pais, professores, profissionais e a sociedade como um todo precisam mergulhar em seu universo, para assim perceber o mundo da mesma forma como eles vêem.
Autismo: Aspectos Históricos
O nome autismo foi adotado Segundo o psiquiatra Eugen Bleuler em 1911 para descrever um dos sintomas da esquizofrenia. Este rótulo veio da palavra grega "Autos" que quer dizer "próprio". No começo dos anos 40, Segundo Leo Kanner e Hans Asperger, foram pioneiros no estudo do autismo. Eles usavam os termos "autismo" e "autista" e assim esta designação nasceu. Antes disso os autistas eram taxados de retardados mentais, loucos ou com distúrbios emocionais. Leo Kanner, médico nascido no antigo Império Austro-Húngaro que emigrou para os Estados Unidos em 1924, tornando-se chefe do serviço de psiquiatria infantil do Johns Hopkins Hospital de Baltimore, publicou em 1943 o artigo acima relatado.
Utilizando-se da noção de “Transtorno do Espectro do Autismo” consagrado por Eugen Bleuler como um dos principais sintomas da esquizofrenia, Segundo Kanner que descreveu 11 crianças cujo distúrbio patognomônico seria “a incapacidade de se relacionarem de maneira normal com pessoas e situações, desde o princípio de suas vidas” Segundo (Kanner, 1943, p. 242,). Apenas um ano após a publicação do texto de Kanner, Hans Asperger, médico de Viena, escreveu o artigo “‘Psicopatia autística na infância”. Nele, o médico de Viena também tomou de empréstimo de Bleuler o termo “Autismo” para isso ele descrever quatro crianças que apresentavam como questão central o transtorno no relacionamento com o ambiente a seu redor, por vezes compensado pelo alto nível de originalidade no pensamento e atitudes.
Segundo os médicos pesquisadores a características autistas apareceriam a partir do segundo ano de vida e seriam persistentes. Haveria pobreza de expressões gestuais e faciais e, quando as crianças eram inquietas, sua movimentação era estereotipada e sem objetivo, podendo haver movimentos rítmicos repetitivos. Sua fala seria artificial, mas teriam atitude criativa em relação à linguagem, exemplificada pelo uso de palavras incomuns e neologismos. Outro ponto positivo seria a capacidade de enxergar eventos a partir de um ponto de vista original, com campos de 20 interesses diferentes das outras crianças de sua idade.
As concepções da psicanálise assim com as várias corrente teórico clinicam sobre o autismo sofreram importantes modificações com o passar dos anos. A grande revolução do pensamento psicanalítico em relação à compreensão sobre o autismo se deu a partir de dois avanços: o primeiro relativo à prática clínica com a criança pequena, mesmo bebê segundo (LEBOVICI e HALPERN, 1992), relata que no atendimento ao bebê se apresenta ali no tempo presente as dificuldades do sujeito, e o segundo avanço se deram a partir do estudo dos filmes caseiros (MAESO e MURATORI, em GOLSE e DELION) que seria das famílias com crianças já com Transtorno do Espectro do Autismo desenvolvido, mas que foram filmados quando ainda era bebê, ou seja, antes da instalação da patologia.
Segundo (AZEVEDO, 2009), o autismo é tido como um desvio do curso habitual do desenvolvimento, devido a um “fracasso” na relação do bebê com a mãe, geralmente implicando a compreensão de que esta não cumpriu adequadamente a função.
Em dezembro de 2007, a ONU decretou dois de abril o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (World AutismAwaress Day – WAAD), celebrado pela primeira vez em 2008. Com adeptos em várias partes do planeta, o evento pede mais atenção aos transtornos do espectro, que efetuam cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a ONU.
Autismo no Brasil
Em terras tupiniquins, o Dia Mundial de conscientização do Autismo tem conseguido cada vez mais adeptos e pessoas engajadas. Em 2010, pela primeira vez, a data foi lembrada no dia 2 de abril, com iluminações em azul (cor definida para o autismo) de vários prédios e monumentos importantes. Entre eles estão o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro; a Ponte Estaiada, o Monumento às Bandeiras e o Viaduto do Chá, em São Paulo e o prédio do Senado em Brasília
A primeira organização brasileira, nesta matéria, foi a Associação de Amigos do autismo (AMA), em São Paulo, oficialmente fundada em oito de agosto de 1983, por um grupo de pais, a maioria com filhos que apresentava características de autismo. Esses pais tinham como objetivo acolher, informar e capacitar famílias e profissionais, com um papel social e de pesquisa amplo de ajuda a todas as famílias com autismo da cidade, do estado e do país.
Três mães fundadoras da AMA foram a instituições da Europa e dos Estados Unidos para visitar locais de tratamento e trazer para o Brasil mais metodologias especializadas. Nessas viagens comprovaram que era possível a utilização de muitos recursos para que as pessoas com autismo tivessem o melhor desenvolvimento possível. Desde então, a associação investe esforços na formação de profissionais e na busca de mais ferramentas adequadas para promover tratamentos afetivos.
O exemplo foi seguido por outros pais e amigos e hoje tem várias instituições por todo o Brasil que são reunidas pela Associação Brasileira de Autismo, uma entidade nacional que congrega as associações de pais e amigos do autismo no Brasil. Baseada no lema “a união faz a força”, a Abra representa todos aqueles que lutam pelos direitos das pessoas com autismo em âmbito nacional.
O Autismo
Autismo é um termo geral usado para descrever um grupo de transtornos de desenvolvimento do cérebro, conhecido como transtornos globais do desenvolvimento (TGD). Os outros transtornos globais do desenvolvimento são transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação (TGD-SOE), síndrome de Asperger, síndrome de Rett e transtorno desintegrativo da infância.
O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há quase seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem, dentro do próprio âmbito da ciência, divergências e grandes questões por responder.
De acordo com autor Frith,
O termo AUTISMO provém da palavra grega "autos" que significa "próprio"; foi esta a característica essencial que Kanner e Asperger quiseram fazer destacar, ou seja, a de um ensinamento que o indivíduo manifesta, sendo difícil de verificar uma "entrega" à troca e participação social. A diferença entre as duas descrições não parece ter, ainda hoje em dia, uma base claramente sustentável, embora para alguns autores estas categorias diferenciais tenham provado ser úteis (Frith, U. 1989)
Autismo é uma síndrome definida por alterações presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
Quanto à comunicação, a mesma é caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentidos todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.
A socialização é o ponto crucial no autismo, e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas. Muitas vezes a criança com autismo aparenta ser muita afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as, mexendo em seu cabelo, ou mesmo beijando-as, quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento.
O autismo intriga e angustia as famílias nas quais se impõem, pois a pessoa com características de autista, geralmente, tem uma aparência harmoniosa e ao mesmo tempo um perfil irregular de desenvolvimento, com bom funcionamento em algumas áreas enquanto outras se encontram bastante comprometidas.
O Espectro Autista
Devido à diversidade das características do indivíduo que apresenta autismo, surge o termo “espectro” autista.
Silva (2012), citado por Chaves (2013) explica o termo “espectro autista” da seguinte forma:
Quando jogamos uma pedrinha em um lago de água parada, ela gera varias pequenas ondas que formam camadas mais próximas e mais distantes do ponto no qual a pedra caiu. O espectro autista é assim, possui várias camadas, mais ou menos próximas do autismo clássico (grave), que poderia ser considerado o centro das ondas, o ponto onde a pedra atingiu a água. Esse espectro pode se manifestar nas pessoas de diferentes formas, mas elas terão alguns traços similares, afinal todas as ondulações derivam do mesmo ponto. Imagine que o autismo funciona como um espectro de cores, que iria do branco até o preto, passando por todos os tons de cinza. (SILVA, 2012, p.63, apud CHAVES, 2013, p. 08).
Hoje em dia a varias deficiências nas áreas social, de comunicação e de comportamento, mas nem sempre todas essas dificuldades aparecem juntas no mesmo caso. Há pessoas com comprometimentos sociais, mas sem problemas comportamentais; e há casos de disfunções comportamentais sem atraso de linguagem. Em todos eles aparecem, em maior ou menor grau, as dificuldades na interação social.
O Diagnóstico
O diagnóstico do autismo baseia-se na observação do comportamento, e não em exames clínicos. “Segundo as normas da Associação Americana de Psiquiatria, na quarta edição do diagnosticandstatistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV)”, para que uma pessoa seja diagnosticada como autista é preciso que a pessoa apresente seis ou mais dos itens a seguir, com pelo menos dois do grupo um, do grupo dois e um do grupo três. Há quem chame as três áreas afetadas de “tríade autista”: socialização, comunicação e comportamentos focalizados e repetitivos.
Segundo Mello existe as seguintes características,
Grupo 1- Deficiência na interação social:- dificuldade de se comunicar através de gestos e expressões facial e corporal; não faz amizades facilmente; - não tenta compartilhar suas emoções (Ex. não mostra coisas de que gostou);- falta de reciprocidade social e emocional (não expressa facilmente seus sentimentos, nem percebe os sentimentos alheios).Grupo 2- Deficiência na comunicação:-atraso ou falta de linguagem falada;- nos que falam dificuldade muito grande em iniciar ou manter uma conversa;- uso estereotipado e repetitivo da linguagem (usa frases de propaganda, filmes e novelas, programas de televisão, trechos ou músicas inteiras);- falta de jogos de imitação (Ex: representar o papai, a mamãe, a professora, é algo muito comum nas brincadeiras de criança).Grupo 3- Comportamentos focalizados e repetitivos:- preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados (Ex: não misturar alimentos no prato, não ingerir alimentos com determinada texturas, seguir sempre o mesmo ritual para determinada tarefas);- assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter “manias” ou focalizar-se em um único assunto de interesse);-maneirismo motores estereotipados (agir ou torcer as mãos, bater a mão uma na outra, ficar olhando fixamente as mãos, ter sempre um objeto de interesse e ficar manipulando este objeto);- preocupação insistente com partes de objetos, em vez do todo (fixação na roda de um carrinho ou hélice de ventiladores, por exemplo).(MELLO, 2011)
Embora suas causas ainda não estejam determinadas, as características que determinam se uma pessoa é autista, bem como formas para que atinja um desempenho que lhe garanta, em algum nível, uma vida independente é bem conhecida. Há muitas coisas que pode ser feitas pela pessoa autista. A principal é acreditar que ela tem potencial para aprender.
A Família e o Diagnóstico
O diagnóstico do autismo baseia-se na observação do comportamento, e não em exames clínicos. “Segundo as normas da Associação Americana de Psiquiatria, na quarta edição do diagnosticandstatistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV)”, para que uma pessoa seja diagnosticada como autista é preciso que a pessoa apresente seis ou mais dos itens a seguir, com pelo menos dois do grupo 1, um do grupo 2 e um do grupo 3. Há quem chame as três áreas afetadas de “tríade autista”: socialização, comunicação e comportamentos.
O conceito de família muitas vezes aprisiona o comportamento da mesma diante de suas dificuldades. Refletir e mudar são ações imprescindíveis para aqueles que buscam a harmonia, pois a cada momento, vários são os fatores que interagem e é preciso ter flexibilidade para poder absorver aquilo que pode ser um benefício.
À família cabe buscar estar sempre informada e procurar saber sobre o diagnostico do mesmo, ao profissional, cabe corresponder a essa expectativa, não somente informando sobre os serviços disponíveis na comunidade, mas também orientando os tratamentos adequados aos pacientes e suas famílias.
Metodologias de estimulação para trabalhar com alunos autistas.
Através de vários estudos, cientistas comprovaram vários métodos para trabalhar com crianças que apresenta características de autismo, assim auxiliando professores e familiares no seu processo de desenvolvimento. Os métodos são: O Pécs - Sistema de Comunicação Pela Troca De Figuras; Programa Son-Rise; Método Teacch e Método Floortime.
Programa Son-Rise
O Programa Son-Rise é lúdico. A ênfase está na diversão. Isto significa que os pais, facilitadores e voluntários seguem os interesses da criança e oferecem atividades divertidas e motivadoras nas quais a criança esteja empolgada para participar. O mesmo aplica-se para o trabalho com um adulto. As atividades são adaptadas para ser motivadoras e apropriadas ao estágio de desenvolvimento específico do indivíduo, qualquer que seja sua idade. Uma vez que a pessoa com autismo esteja motivada para interagir com um adulto, este adulto facilitador poderá então criar interações que a ajudarão a aprender todas as habilidades do desenvolvimento que são aprendidas através de interações dinâmicas com outras pessoas (por exemplo, o contato visual “olho no olho”, as habilidades de linguagem e de conversação, o brincar, a imaginação, a criatividade, as sutilezas do relacionamento humano). O Programa Son-Rise instrui os pais na criação destas efetivas interações com a criança ou adulto de forma que eles possam dirigir o programa de seus filhos e ajudá-los durante todas as interações diárias com eles.
Método TEACCH
O TEACCH se originou na Carolina do Norte e é usado por psicólogos, professores de educação especial, fonoaudiólogos e profissionais TEACCH devidamente treinados. No Brasil, o TEACCH é um dos métodos mais usados para trabalhar com pessoas com autismo, chancelados por duas referências importantes: Associação dos Amigos dos Autistas (AMA) e Centro de Estudos do Autismo e Patologias Associadas (CEDAP).
O trabalho então se concentra nestas habilidades para aumentá-las. No Ensino Estruturado, um plano individualizado é desenvolvido para cada aluno em vez de se usar um currículo padrão. Este plano cria um ambiente altamente estruturado para ajudar o indivíduo a planejar as atividades.
O ambiente físico e social é organizado coma utilização de recursos visuais, objetivando fazer com que a criança possa prever e compreender as atividades diárias com mais facilidade e ter reações apropriadas. Os recursos visuais também são utilizados para tornar as tarefas individuais compreensíveis.
Na Psicopedagogia o método TEACCH trabalha-se concomitantemente a linguagem receptiva e a expressiva. São utilizados estímulos visuais (fotos, figuras,
cartões), estímulos corporais (apontar, gestos, movimentos corporais) e estímulos áudio cinestesicos visuais (som, palavra, movimentos associados às fotos) para buscar a linguagem oral ou uma comunicação alternativa. Por meio de cartões com fotos, desenhos, símbolos, palavra escrita ou objetos concretos em seqüência (p. ex., potes, legos etc.), indicam-se visualmente as atividades que serão desenvolvidas naquele dia na escola.
Integração Sensorial
Há muitas crianças com autismo têm reações incomuns aos estímulos sensoriais. Essas reações devem-se à dificuldade de processar e integrar esse tipo de informação. Visão, audição, olfato, paladar, senso de movimento (sistema vestibular) e senso de posição (propriocepção) podem estar afetados nas pessoas com autismo.
Às vezes os estímulos que parecem “normais” para outras pessoas podem causar sensações dolorosas e desagradáveis ou confusas em crianças com Distúrbio de Integração Sensorial, que é o termo clínico para esta característica. Outros nomes dados para esse distúrbio são: transtorno de processamento sensorial, e transtorno de integração sensorial. Essa disfunção pode envolver a hipersensibilidade, também conhecida como sensitividade sensorial, ou a hipersensibilidade. Por isso tem que ter cuidado a lidar com pessoa autista. A hipersensibilidade pode ser aparente quando a criança demonstra certa tolerância aumentada à dor ou tem necessidade constante de estímulos sensoriais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Buscar sentido, significado e qualidade possível na educação dos alunos autistas remete não apenas aos profissionais da educação. Mas, sobretudo, ao mundo cientifico, cujas pesquisas ainda são muito recentes e insuficientes para apontar por completo, como a Educação Básica ser mais adequada, mais humana no trato destas situações. Por vezes fica a dúvida de como ser adequado com alunos que vivem no “mundo autista”, bem diferente do nosso, dependendo do grau que apresenta, em cada caso.
O autismo como revela-nos a pesquisa, é caracterizado por um conjunto de sintomas, com alterações em três áreas específicas: a socialização, a comunicação e o comportamento, sendo que, o mais afetado é a socialização, e quando não tratadas adequadamente, podem desencadear dificuldades por toda a vida.
Os métodos aqui examinados e descritos comprovam na pratica sua eficácia, com resultados satisfatórios, principalmente o Método TEACCH. Originado na Carolina do Norte, no começo da década de 1970, sendo base para vários profissionais da educação especial, inclusive no Brasil nestas atividades são direcionadas em forma de rotinas, acompanhadas por figuras, fazendo com que a criança possa prever e compreender sua rotina diária, do que irá fazer. Assim, manifestar-se com comportamentos apropriados no decorrer da atividade.
Esta revisão bibliográfica, é importante porque, a partir de observações diretas sobre as metodologias utilizadas na educação de alunos autistas, revela-nos seus desafios, as dificuldades em como lidar com esta situação. Saber sobre este transtorno, bem como, aspectos clínicos e diagnósticos constitui de suma importância para a compreensão do tema.
Podemos considerar recentes e poucos os estudos sobre o Autismo, desta forma, é necessário discutir sobre o mesmo. Estudos sobre a neurociência têm contribuído não apenas para o surgimento das metodologias citadas, mas também para ampliar o conhecimento sobre este transtorno tão complexo.
Conhecer sobre as metodologias utilizadas na educação do aluno autista amplia a visão de como lidar com esses alunos e melhorar sua qualidade de vida proporcionando um ensino de qualidade. Os profissionais que experimentam o método TEACCH puderam também comprovar melhoras de comportamento de alguns alunos.
A aceitação da família frente ao diagnóstico da criança é de suma importância para sua evolução na educação, uma vez que as barreiras prejudicam diretamente o processo de socialização. Com efeito, é necessário proporcionar situações sociais (passeios, atividades físicas, etc.). O trabalho de observação revela que, em regra, as famílias pouco participam deste processo, deixando para a Escola a missão de socializar a criança
O autismo é um transtorno que devido a sua complexidade, necessita do envolvimento e ações conjugadas entre todos: Família, professores e demais profissionais da educação, profissionais de saúde e etc.. A própria sociedade não pode ignorar esta situação. Desta forma, todos comprometidos com a melhora da qualidade de vida destes alunos, podendo assim, dar oportunidades de desenvolverem suas habilidades e superar suas dificuldades, alargando limite.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Beatriz Silva. Mundo Singular: entendendo o autismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.p.287. ISBN 978-85-390-0358-7
DIAS, Félix, Miguel bordas, Nelma Galvão, Theresinha Miranda, organizadores; SANTOS, Elias Sousa, autor. Educação inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 2009.p. 225-227.
FRITH, U. (1989). Autism: explaining the enigma. Blackwell Publishers. Oxford.
DIRETRIZES e Regulamento de Estágio e trabalho de Graduação. Curso de licenciatura de Pedagogia. Ed. Grupo Uniasselvi. 2011/1
MELLO, Ana Maria S, Ros de. Autismo: guia prático; cola-4. Ed boração: Marialice de Castro Vatavuk. . __ 4. Ed. __ São Paulo. AMA; Brasília: CORDE, 2004, 104 p.: il.
TAFNER, Elizabeth Penzlin; SILVA, Everaldo. Metodologia do Trabalho Acadêmico. –Associação Educacional Leonardo da Vinci (UNIASSELVI). –Indaial: Ed. Grupo Uniasselvi, 2009.p.151. ISBN 978-85-7830-119-4.
1 1 - Professor Licenciado em História, atuando como diretor SEDUC-MT em Educação de Jovens e Adultos/EJA, dirigente Municipal de Educação (2005 à 2006), Coordenador da Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT, Campus de Colíder/MT (1995 à 2004). cO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
2- Professora Licenciada em Pedagogia e Matemática e Bacharel em Ciências Contábeis, Especialista em Educação Especial e Infantil, atuando em Educação Especial na Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso e Professora Tutora do curso de Ciências Contábeis na Universidade UNEMAT. O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.