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LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Wesleia Patricia Lemes Santos

 

RESUMO

O presente artigo intitulado “Leitura na educação infantil”, visa a importância da literatura para o desenvolvimento infantil e a necessidade de incentivar e garantir o acesso da mesma nesse período de atividades remotas devido a pandemia pelo Covid-19. No trabalho coletivo entre as turmas, e na dinâmica das relações entre comunidade escolar interna e externa, apresenta uma reflexão em torno de sua construção que busca a melhor maneira de organizar os trabalhos escolares definindo caminhos e metas e traçando estratégias para alcançá-las, que podem ser a curto, médio e longo prazo com o intuito de valorizar e enriquecer o processo educativo. Segundo o PPP a instituição espera que tanto a infraestrutura como os professores possam oferecer às crianças a fluidez necessária para que elas possam adquirir conhecimento de forma a terem uma educação de qualidade vinculada à sua cultura, necessidades humanas, sociais e econômicas como também, o conhecimento da localização e modos de vida atrelados ao seu cotidiano.

Palavras-chaves: Leitura. Conhecimento. Educação Infantil.

 

INTRODUÇÃO

 

Para desenvolver o gosto pela leitura, desde muito pequenos é importante que a criança tenha contato com os livros, com os mundos mágicos, imaginários. Á hora da leitura é prazerosa, na qual a criança se diverte mas também oportuniza o desenvolvimento do sentido ético, estético e de formação. Ela projeta o seu próprio mundo e, o representa de diferentes formas e sentido.

 

A leitura é um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas em outros tempos e lugares que não o seu. (BRASIL, 1998, p.143)

 

Desta forma, mediante o período de pandemia no qual estamos vivendo e da necessidade de garantir ao aluno o acesso dinâmico e interativo a uma aprendizagem significativa, como educadores, precisamos criar diferentes metodologias para adentrar no universo da criança, tendo a consciência que cada uma se desenvolverá de uma maneira diferente, para tanto todas precisam das mesmas possibilidades.

Desta forma, o presente projeto justifica-se como garantia para o desenvolvimento do gosto pelas histórias e livros a partir das diferentes situações que vivenciam, nas quais têm prazer e atribuem sentido ao conteúdo dos mesmos, para tanto, utilizaremos a literatura infantil, através dos contos infantis.

Objetivos de aprendizagem para leitura na educação infantil na base nacional comum CURRICULAR(BNCC):

(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão;

(EI03EF03) Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar palavras conhecidas;

(EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história;

(EI03EF06) Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função social significativa;

(EI03EF07) Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a estratégias de observação gráfica e/ou de leitura;

(EI03EF08) Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua própria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória, pela leitura das ilustrações etc.);

(EI03EF09) Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por meio de escrita espontânea;

(EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos;

(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida;

(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais;

(EI03ET04) Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

 

DESENVOLVIMENTO

 

O estudo atende aos Parâmetros da Educação Infantil nos seguintes itens:

  • Relato de experiências;
  • Desenvolver habilidades para ouvir;
  • Demonstrar entendimento de histórias ouvidas, identificando personagens, descrevendo oralmente cenários, objetos, pessoas e animais;
  • Reconto de histórias, escrita espontânea da interpretação através do desenho.

As etapas do projeto consistem em:

Os livros devêm estar dispostos por temas e catalogados, onde o professor deverá conhecer antes de disponibiliza-los aos alunos. Cada livro deve receber um número para auxiliar na identificação do mesmo no livro de registro.

Sendo preparado um ambiente lúdico e acolhedor, por exemplo para este período remoto pode-se fazer o uso de uma árvore seca e um cesto encantado. Na árvore serão amarrados pergaminhos contendo o título e o autor dos livros catalogados, e no cesto ficarão os livros já enumerados.

Ao chegar na escola, o responsável pela criança deverá ir até a árvore da leitura e retirar um pergaminho, ao abri-lo deverá procurar no cesto o livro referente a identificação, assinar a retirada no livro de registro e levar para casa.

Toda a magia deste projeto se concentra na residência da criança, é no seu ambiente familiar que através da interação com os seus familiares, que a criança realizará a leitura de diferentes formas. É junto da família que a criança irá ouvir a história; manusear e folhear o livro; observar imagens; descrever situações; fazer uso da sua imaginação; criar hipóteses e desenvolver o gosto pela leitura.

Após esse contato com o livro e todo o seu contexto, a criança deverá realizar um desenho de interpretação da história, relatando como os fatos aconteceram, seus personagens e o que ela mais gostou da história. Após o desenho, os pais ou responsáveis deverão gravar um vídeo da criança recontando a história para a família, para os colegas e/ou para o professor.  Após todo o processo de desenvolvimento, o pai retorna com o livro para a escola e realizará uma nova colheita na árvore da leitura.

Tendo em vista a dificuldade em se desenvolver toda e qualquer ação pedagógica em casa, como mediadores, o professor deverá estar orientando como instigar o interesse da criança pela história, como incentivá-la a realizar entonações, dramatizações e explorar o seu imaginário, estaremos auxiliando em toda e qualquer dificuldade no desenvolvimento do projeto através do tele trabalho.

 E como incentivo para a participação e desenvolvimento do projeto, quando a criança atingir a meta da leitura de 04 livros, a mesma receberá um certificado de “Super Leitor” com um incentivo que ficará a critério de cada professor e sua foto poderá ser colocada junto aos pergaminhos na árvore da leitura, como um fruto da mesma.

Desta forma, o projeto atende todos os requisitos da “Leitura na educação infantil”, mas com ressalvas no seu desenvolvimento. Este projeto se solidifica no âmbito familiar, onde a família é o principal recurso para a obtenção do sucesso em sua execução.

 

Ler é entrar em outros mundos possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la melhor, é se distanciar do texto e assumir uma postura crítica frente ao que se diz e ao que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mundo da cultura escrita..(LERNER, 2002, p.73)

 

Nesse contexto de transformação social, cabe ao professor propor situações nas quais a criança interaja permanentemente com o universo literário conhecendo o mundo e reorganizando essas informações, de tal forma que transforme sua visão de mundo e semeie um futuro cheio de oportunidades.

Neste texto será apresentado um relato de experiência vivido no período de pandemia com atividades remotas, onde se realizou a contação da história “Pedro vira porco espinho” da autora Janaina Tonikata.

Segundo Vygotsky (2007) a situação imaginaria permite a simbolização, ou seja a capacidade da criança em interagir com um objeto, dando-lhe um significado de outro objeto.

A atividade trabalha o movimento de pinça, que começa a ser desenvolvido na educação infantil, que consiste a coordenação óculo manual, na planificação motora e na integração rítmica da criança, onde torna-se necessário cada vez mais ser estimulada.

 

A partir da psicomotricidade, a criança se desenvolve integralmente, aprimorando sua linguagem, sua imaginação e sua criatividade, constituindo-se então como sujeito, fator primordial na concepção de Educação Infantil que se tem hoje. (SÀNCHES et al.2003)

 

A educação infantil tornou-se um lugar de experiência em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o seu esquema corporal, fundamental para a formação da sua personalidade. E neste sentido a psicomotricidade se faz necessário.

 

A coordenação óculo-manual se efetua com a precisão sobre a base de um domínio visual previamente estabelecido ligado aos gestos executado, facilitando, assim uma maior harmonia do movimento. (OLIVEIRA, 2002, p. 43).

 

A coordenação óculo-manual é uma habilidade cognitiva complexa, pois ela requer o uso de nossas capacidades visuais e motoras, permitindo que a mão seja guiada pelo estímulo visual captado por nossos olhos.

De acordo com Piaget “No campo afetivo, é possível ajudar a criança a criar sentimentos positivos em relação a si mesma, pois se sentindo valiosa e segura, o êxito escolar estará garantido” (PIAGET, 1990, p.20)

Observou-se de forma mais expressiva em meio a pandemia covid- 19, que o desenvolvimento psicomotor não depende somente da escola, mas da relação da criança, seu meio familiar, e seu contexto de forma geral, compreendendo assim a relação entre psicomotricidade e o social.

Assim conclui-se que a percepção é a maneira com que o cérebro interpreta a informação que chega através dos sentidos, este desenvolvimento não é o mesmo para todas as crianças, notar o interesse da criança em manipular ou pegar  também é uma forma de avaliar sua percepção visual e de sua coordenação óculo manual. E o mais interessante de tudo o brilho nos olhos, e o incentivo da leitura desde de cedo, o contato com o livro ou outra forma de leitura atrelada a imaginação da história, também pode ser observada na pandemia.

 

            CONCLUSÃO

 

A avaliação deve ser feita através de um processo continuo, dinâmico e interativo, diante da devolutiva dos livros e o registro por meio tecnológico do reconto da história realizado pela criança, realizando um levantamento do número de livros lido por cada aluno mensalmente.

A leitura deve ser sempre incentivada, assim como todos os principais documentos que regem a educação infantil vem abordando o tema do contato com o livro, contato com a história, sendo o professor o mediador de estimulo a leitura.

Cabe ao professor a inovação das técnicas utilizadas para a leitura na educação infantil, seja por parte do aluno, seja por parte do professor, com materiais estruturados ou não, com tecnologia ou não. Porém com essa pandemia do Covid-19 notou-se quantas novidade se tem para trabalhar a leitura nesta fase tão importante da infância.

Neste período de pandemia muitas escolas estão trabalhando no modo assíncrono, o que não faltou foi criatividade por parte dos educadores sempre abordando a leitura, e demonstrando sua importância com a ajuda da família, alcançando assim os objetivos da BNCC.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

AMORIM, Antônio; Analise e aplicação, Salvador, Dezembro, 1997.

 

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_ site.pdf. Acesso em: 12 de junho de 2020

 

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de educação fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Infantil. Brasília: Mec, 1998.

 

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/ Secretaria de Educação Fundamental, 1998.

 

FERNANDES, Gilmara de Jesus. Leitura na Educação Infantil: benefícios e práticas significativas. Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – Faculdade Cenecista de Capivari, São Paulo, 2010.

 

LERNER, D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002.

 

PIAGET J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. 3. Ed. Rio de janeiro: LTC, 1990.

 

SÁNCHES, J. A psicomotricidade na educação infantil: uma prática preventiva e educativa. Porto Alegre: Artmed, 2003. 

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TEBEROSKY, A.; COLOMER, T. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003. 191 p.