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A INCLUSÃO DA INFORMÁTICA COMO NOVAS TECNOLOGIAS NA PERSPECTIVA DA ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SORRISO-MT

Micheli da Silva Campos
Geneci Matté Frozza
Carla Lopes
Rogério Leandro Gewinski
Tânia Mara Giotti

 

RESUMO

O presente artigo originou-se dos seguintes questionamentos: A pesquisa transcorreu em uma escola pública do município de Sorriso, na qual tivemos suporte na pesquisa qualitativa, instrumentada com questionários abertos desenvolvidos com uma professora que atua no ensino fundamental, uma coordenadora pedagógica e uma diretora. Mediante o acelerado avanço científico e tecnológico presente em nosso cotidiano, a escola como um espaço de formação tem de estar disposta a integrar esse novo recurso em propostas e práticas pedagógicas, mas nada adianta o professor querer buscar inovações e querer integrar as NTICs em suas práticas pedagógicas, e não ter à sua disposição aparatos, recursos e mais investimentos para o uso das NTICs na educação, pois somente de boa vontade do professor a melhoria da educação não acontece. Com esta pesquisa percebi que os professores pesquisados consideram importante o uso das NTICs em suas práticas pedagógicas, mas ainda sentem necessidade de um maior apoio da parte governamental e dos gestores escolar, no que se refere a formação continuada para poderem utilizar as NTICs sem medo de integrá-la em suas práticas pedagógicas. Mesmo com as dificuldades, os professores usam os recursos da informática com o pouco e, as vezes, nenhuma formação neste quesito. Desse modo, para que se possa obter todas as vantagens e possibilidades que as NTICs podem oferecer para a educação das crianças, jovens e adultos, tem de haver a união entre toda sociedade educacional e governamental para poder alcançar realmente os objetivos propostos desde quando o Ministério da Educação resolveu implantar as NTICs na educação.

 

Palavras-Chave: NTICs. Práticas Pedagógicas. Educação.

 

INTRODUÇÃO

 

Este artigo tem caráter qualitativo foi realizada numa Escola Municipal do município de Sorriso, o destaque desta discussão está relacionado a inclusão da informática como novas tecnologias na perspectiva da organização pedagógica em uma escola pública do município de Sorriso-MT. Neste sentido, o questionamento norteador desta pesquisa é: Analisar a percepção de uma professor, uma coordenadora pedagógica e uma diretora sobre o uso das NTICs no ambiente escolar e a utilização em suas práticas pedagógicas.

A relevância científica desta pesquisa está em podermos conhecer as melhorais que aconteceram nas escolas com a integração das novas tecnologias, como também, a partir dos resultados encontrados apresentarmos reflexões que possam servir para construção de novas diretrizes e práticas de uso destas ferramentas no contexto educacional.

A tecnologia vem modificando nossas vidas dia após dia de uma forma fantástica e obviamente na maioria das vezes de forma benéfica nos trazendo praticidade, facilidades, entretenimento, segurança entre outras inúmeras possibilidades que ela nos oferece.

Confesso que tenho certo fascínio por essas grandiosidades e inovações que a tecnologia nos proporciona, apesar de não as dominar tão bem quanto gostaria estou sempre buscando me inteirar de seus recursos. Por isso meu interesse nessa pesquisa, se deu no fato de acreditar na importância dos recursos tecnológicos no processo de ensino e aprendizagens dos/as alunos/as. Pois, pesquisas já apontam a tecnologia como um valioso instrumento educacional, além de que podemos afirmar que as tecnologias estão muito presentes no meio dos/as alunos/as, então é necessário que os/as professores/as não só utilizem, mas também saibam utilizar essas novas possibilidades para a construção do conhecimento de seus educandos.

Com a globalização e a era robótica, surgiram vários equipamentos, que estão sendo utilizados como distração, passatempos, formas de fazer amizades pelos alunos em sua maioria. Cabe ao professor fazer uma reflexão sobre seus métodos e aprender a utilizar esses recursos a favor das aprendizagens de seus alunos, em suas práticas pedagógicas.

 

 

1. A RELAÇÃO INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO?

 

Na atualidade vivemos um momento que se caracteriza como a sociedade do conhecimento globalizado, onde as tecnologias estão cada vez mais perto e ao alcance de todos e tudo isso tem a grande contribuição da informática. A escola como instituição formadora precisa acompanhar essa evolução, por essa razão é necessário que os profissionais da educação estejam preparados para utilizar esse novo recurso de maneira que possam ser aproveitadas todas as possibilidades de se fazer uso dessas novas tecnologias o processo de ensino/aprendizagem.

Esse desenvolvimento tecnológico influencia diretamente na sociedade mudando as formas de relações, interferindo na cultura, nas relações sociais, morais, políticas, nas configurações de tempo e espaço, etc. Para mediar estas novas relações que aparecem é necessário que a escola também mude para conseguir atender a demanda deste novo contexto social.

Os professores/as nesse contexto tem papel central, pois conjuntamente nesta nova estruturação social ele/as não é mais visto como transmissores de saberes prontos, acabados e fragmentados, e muito menos como a única fonte de conhecimento. É necessário que o/a professor/a seja o mediador do processo de ensino/aprendizagem, que visa desenvolver no/a aluno/a capacidade de participação como cidadãos políticos, sujeitos de seu processo histórico.

Porém, existem alguns professores/as que dispensam os novos recursos que as tecnologias oferecem sem saber o desperdício que estão fazendo deixando de usar os novos meios para mediar a construção do conhecimento dos/as alunos/as. Muitas vezes esses profissionais não sabem como utilizar esses novos materiais e acabam ficando constrangidos diante dessa situação. Menezes (2006) nos afirma que:

 

Em muitas escolas os computadores ficam durante a maior parte do tempo confinados a sala que só se abrem para aulas de informática, sem se incorporar ao projeto pedagógico. É como deixar trancados os livros da biblioteca ou limitar seu uso ao processo estrito da alfabetização. (MENEZES, 2006, p. 31).

 

Isso não acontece apenas com computadores, mas também com a televisão, vídeos, rádios, máquinas fotográficas, etc.. Muitas vezes também estes recursos acabam sendo usados para “passar o tempo” das crianças, sem nenhuma intencionalidade educativa.

Neste novo contexto social em que se exige uma nova postura do/a professor/as Nóvoa (1995, p.12) nos afirma que “Os professores vivem tempos difíceis e paradoxais. Apesar das críticas e das desconfianças em relação as suas competências profissionais exige-se-lhes quase tudo”.

Dessa maneira surge a necessidade de o/a professor/a buscar capacitação para que possam acompanhar os progressos de novos recursos tecnológicos “não há educador tão sábio que nada possa aprender, nem educando tão ignorante que nada possa ensinar” (BECKER, 1997).

Professor/a não precisa abandonar as técnicas mais simples que existe dentro da escola, como o quadro negro, canetas, lápis, pincéis, livros, e vários outros, mas pode utilizar conjuntamente com novos recursos dentre eles a informática.

 

2. AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO E SUAS POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO SÉCULO XXI

 

Compreender os processos educativos de ensino-aprendizagem é compreender maneiras e formas em que acontece a construção do conhecimento. E é esse mesmo o papel fundamental do professor: mediar os caminhos entre os alunos e o conhecimento.

Pesquisadores da educação, em suas diversas áreas, tem chamado atenção para as formas em que se deve ocorrer as práticas didático-pedagógicas na ação docente. Um importante pesquisador foi o educador Paulo Freire que é convincente em sua obra ao apontar eixos norteadores à ação docente em sala de aula a partir de temas geradores que considerem a realidade e as vivencias do aluno e seu meio ambiente. Talvez seja essa a melhor maneira de se enfrentar o problema pedagógico da atualidade, dado a complexidade cada vez mais sensível de características do público discente.

Nos dias atuais as NTICs são uma realidade vivida por sujeitos de praticamente todas as camadas sociais. Em que pese a exclusão digital ainda presente em nossa sociedade, a relativa democratização do acesso ás NTICs tem possibilitado, de várias formas, um encurtamento das distancias possibilitando, por sua vez, um contato com diversas outras culturas tanto nacional quanto mundiais. Ortiz (2007) trata dessa questão em sua obra “Mundialização e Cultura” ao fazer uma analisa profunda da sociedade moderna apontando para uma cultura mundializada em decorrência das novas tecnologias da informação e da comunicação.

Essas novas tecnologias da informação e da comunicação invadiram de tal modo as escolas de educação básica que hoje são parte fundamental de toda sua estrutura relacional.

As NTICs constituem o conjunto de tecnologias da informação e da comunicação desencadeada a partir dos anos de 1970 que culminou com o que muitos pesquisadores chamam de Revolução Informacional. São consideradas NTICs, dentre outros, computadores, telefonia móvel, internet, tecnologias de acesso remoto, TV via satélite, Wi-Fi, Bluetooth, áudio radiofônico digital, CD, DVD, fotografia digital, impressoras (etc).

Na atualidade muitas dessas tecnologias são partes do próprio funcionamento das escolas de educação básica. Muitas delas, como TV, CD e DVD, por exemplo, são instrumentos de utilização pedagógica cotidiana na educação fundamental. Outras, como o telefone celular, aparelhos de MP3, MP4, que não são comumente instrumento de trabalho pedagógico, são, por sua vez, uma realidade dos alunos. Os jogos virtuais são outra faceta das NTICs de pouca ou nenhuma utilização pedagógica e que, no entanto, são uma realidade dos alunos dessa fase etária educativa.

Para visualizarmos melhor quão real é a presença das novas tecnologias da informação e da comunicação na atualidade, especialmente à rede digital mundial, por aparelho móvel ou não, vejamos os seguintes dados apontados por Barroqueiro & Amaral (2011, p. 123):

 

As Tecnologias Inteligentes vêm transformando o mundo. No final de 2010, conforme palavras de TOURÉ (2011) chefe da União Internacional de Telecomunicações (UIT) da Organização das Nações Unidas (ONU), já há 2,08 bilhões de internautas no mundo, 5 bilhões de assinaturas de celulares, 555 milhões de planos de banda larga fixa e 940 milhões de banda larga móvel para 6,8 bilhões de habitantes no planeta Terra, o que significa que quase uma a cada três pessoas tem acesso à rede digital mundial. Dados atuais mostram que a cada dia, 500 mil pessoas entram pela primeira vez na Internet, dados de 2007, são publicados 200 milhões de tuites, dados de julho de 2011, a cada minuto são disponibilizadas 48 horas de vídeo no Youtube, dados de maio de 2001, cada segundo um novo Blog é criado e hoje existem 174 milhões de sites (TOURÉ, 2011). O Facebook possui 845 milhões de usuários em janeiro de 2012 e é a maior rede social da internet, tendo uma perspectiva de que em agosto de 2012 chegar a casa de 1 bilhão de conectados, sendo que a cada minuto 451 novos usuários são cadastrados, dados de janeiro de 2012 (SAKATE, 2012).

 

Segundo F/Nazca o Brasil é líder mundial em horas de acesso á internet e “já é o 5° país do planeta Terra com o maior número de conexões à internet” (Barroqueiro & Amaral, 2011, p. 125).

Diante desse quadro é inconcebível que a escola de educação básica de nosso tempo desconsidere sob qualquer pretexto o uso das NTICs, especialmente os aparelhos que possibilitem acesso á internet como telefones móveis (celulares), Tablets, Notebooks, Iphone, Ipads etc. Esses aparelhos devem convergir em instrumentos pedagógicos pois constituem uma realidade da cultura contemporânea.

Novas correntes pedagógicas apontam que é muito mais fácil gerenciar o processo ensino-aprendizagem quando se usa do próprio cotidiano dos alunos, portanto, e igualmente, é essencial que os professores dominem os recursos tecnológicos que a escola disponibiliza já que, temos que reconhecer, a geração de hoje já não é mais aquela que prioritariamente brincava de carrinhos e esconde-esconde, vivenciamos uma geração de alunos “dos jogos online, filmes em 3d, facebooks” entre outros. É evidente que não devemos desconsiderar essas iniciativas comuns, na verdade devemos continuar a promovê-las, dado seu valor cultural, mesmo por que as brincadeiras de roda, amarelinhas entre outras são muito saldáveis e trazem contribuições lúdicas no desenvolvimento e aprendizado dos alunos, mas buscamos apontar aqui as possibilidades que os professores podem encontrar nas NTICs para valorizar e enriquecer suas metodologias, para chamar a atenção de seus alunos através dos recursos que a tecnologia pode oferecer.

Um instrumento tecnológico muito apreciado pelos alunos e que hoje está presente na grande maioria das escolas públicas de educação básica é o computador ligado à rede mundial de computadores (internet). Grande parte das escolas que ofertam a educação fundamental possuem os chamados “Laboratórios de Informática”, que são objeto de desejo de praticamente todos os alunos dessa fase da educação básica. No entanto a pesquisa realizada para o desenvolvimento desse trabalho mostrou uma baixa utilização desse espaço.

Essa pouca ou, em alguns casos, nenhuma utilização das NTICs no espaço educacional de forma pedagógica é preocupante já que de certa forma nega as transformações por si provocadas no contexto social. Libâneo (2010) enfatiza que “essas transformações intervêm nas várias esferas da vida social, provocando mudanças econômicas, sociais, políticas, culturais, afetando, também, as escolas e o exercício profissional da docência”.

Libâneo (2010, p. 07) chama atenção ainda para o fato de que:

 

Na vida cotidiana, cada vez maior número de pessoas é atingido pelas novas tecnologias, pelos novos hábitos de consumo e indução de novas necessidades. Pouco a pouco, a população vai precisando se habituar a digitar teclas, ler mensagens no monitor, atender instruções eletrônicas. Cresce o poder dos meios de comunicação, especialmente a televisão, que passa a exercer um domínio cada vez mais forte sobre crianças e jovens, interferindo nos valores e atitudes, no desenvolvimento de habilidades sensoriais e cognitivas, no provimento de informação mais rápida e eficiente.

 

Nessa perspectiva não podemos negar ou limitar o uso pedagógico das NTICs na escola de educação básica.

A pesquisa realizada para este trabalho apontou que um dos problemas-chave em se utilizar de maneira pedagógica as NTICs presentes no cotidiano escolar, muito mais que a sistemática proibição do seu uso pelos alunos, é o problema da qualificação/capacitação tecnológica em NTICs dos profissionais dos quadros lotacional e sua resistência em buscar atualizar-se.

Contudo compreender a necessidade dessa qualificação para as NTICs, ou, como apontado por Libâneo (2010, p. 15) apud Santos (1994) de uma “alfabetização científica e tecnológica” (grifo nosso) e doravante refletir criticamente a sociedade contemporânea impregnada pelas NTICs é compreender a própria estrutura organizacional do trabalho nesse limiar de século. Ratificando essa necessidade Libâneo (2010, p. 08) enfatiza que “as novas tecnologias e as novas formas organizacionais do trabalho estão relacionadas com necessidades de melhor qualificação profissional”.

 

2.1 SOFTWARES E APLICATIVOS NA EDUCAÇÃO

 

O Sistema Operacional utilizado pelo laboratório de informática implantado na escola pesquisada é o Sistema Linux. Conforme o Portal Software Público Brasileiro (softwarepublico.gov.br), a disponibilização do sistema Linux Educacional foi assinado no dia 25 de junho de 2008, pelo diretor de Tecnologia da Informação do Ministério da Educação (MEC), José Eduardo Bueno de Oliveira, e pelo gerente de interoperabilidade da Secretária de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento Paulo Pinto. A assinatura ocorreu no final de junho na cidade de Porto Alegre. Relata-nos, também, que o analista de teste de sistemas do MEC, Francisco Willian Saldanha, o Linux Educacional adapta as funcionalidades do sistema Linux, facilita a utilização por professores e alunos contam também com aplicativos como jogos educacionais e conteúdos multimídia para uso em sala de aula.

O Linux é um software livre, ele vem se expandindo pela sociedade como nos mostra o Portal Viva o Linux (vivaolinux.com.br), que na educação softwares livres traz inúmeras vantagens frente ao software proprietário, destacando-se inicialmente a questão macroeconômica, pois a manutenção desses softwares são bem inferiores aos softwares proprietário.

Para que os professores pudessem entender, apropriar-se dos softwares seria bom se os professores fossem capacitados para poder utilizar esses softwares, pois através dessa capacitação o professor teria em mente ou poderia ter noção de quais softwares poderiam trabalhar em suas aulas como um recurso pedagógico, pois às vezes por falta de conhecimento de softwares o professor se mantém muito retraído ou até com medo de trabalhar com o computador como um recurso para suas aulas, como nos mostra a citação de Tajra (2005, p.75):

 

A utilização de um software está diretamente relacionada à capacidade de percepção do professor relacionar a Tecnologia à sua proposta educacional. Por meio dos softwares podemos ensinar aprender, simular, estimular a curiosidade ou simplesmente, produzir trabalhos de qualidade.

 

Como relatamos a educação conta com vários softwares logo abaixo, falaremos sobre alguns que podem ser trabalhados na escola como recurso didático, segundo a visão de alguns autores.

Tajra (2005) relata que o Logo é o principal software utilizado nos projetos educacionais. Esse programa foi criado por Seymour Papert (1986), recomendado para trabalhar com crianças com dificuldades de aprendizagem, sua forma de comunicação é muito fácil para as crianças, ela aprende errando, todas as áreas podem ser trabalhadas.

Corrallo (2000) nos mostra, também, que a linguagem do Logo é uma filosofia de ensino com base no construtivismo piagetiano. A criança pode ensinar uma tartaruga a construir figuras geométricas, fazer cálculos e até escrever pequenos textos.

Para Valente (1999), os jogos educacionais implementados no computador também podem ser analisados em termos ciclo-descrição-execução-reflexão-depuração-descrição. Em geral os jogos tentam desafiar e motivar o aprendiz, envolvendo-o em uma competição com a máquina ou com colegas.

Os jogos servem para envolver o aluno em uma competição e essa mesma competição pode desfavorecer o processo de aprendizagem, podendo dificultar a melhora do nível mental. Eles podem ser úteis enquanto criam condições para o aluno colocar em prática as estratégias que possuem, mas os alunos podem estar conscientes dessas estratégias e acabar usando de maneira errada e não saber o que esta sendo realizado, impossibilitando assim que haja compreensão de alguma coisa.

Para que haja essa compreensão, Valente (1999) afirma que é necessário que o professor documente as situações apresentadas pelo aprendiz durante o jogo e, fora da situação, discutidas com o aprendiz, recriando-as, apresentando conflitos e desafios, com objetivos de propiciar condições para o mesmo compreender o que está fazendo.

 

O aprender é um processo de mudança contínua; o ser indivíduo é um sujeito inacabado que esta sempre aprendendo e se transformando. A sua transformação deve ir além de suas alterações internas, mas transcender externamente. Se o individuo consegue transformar, significa que ele conseguiu aprender e formular um novo conhecimento, a partir de suas interconexões biológicas, psicologicas e históricas sociais e culturais. (TAJRA, 2005, p.129)

 

O editor de texto é um software muito utilizado pela educação, pois eles apresentam vários recursos facilitando os trabalhos escolares. “São programas que apresentam vários recursos de elaboração de texto, tornando mais fácil e rica a produção de trabalhos, ajudam no desenvolvimento de habilidades linguísticas” (BETTEGA, 2004, p.24).

Segundo Tajra (2001), os editores de texto podem ser utilizados por professores de qualquer disciplina, para qualquer projeto e a partir dos níveis escolares básicos.

Devemos lembrar que os editores de texto não são os únicos responsáveis pela construção do saber, pois o professor tem um papel fundamental nessa nova construção de conhecimento, proporcionando novos desafios, orientando, corrigindo e deixando que o aluno conheça cada recurso desse software, aprimorando ainda mais suas habilidades e seu conhecimento, como afirma Valente (1999, p.77).

 

O processador de texto não dispões características que auxiliam o processo de construção de conhecimento e a compreensão das ideias. A compreensão só pode acontecer quando outra pessoa lê o texto e fornece um feedback com qual o aprendiz pode dar conta do seu desempenho .

 

Vimos que assim deve existir uma interação muito grande entre o professor e o software, juntos auxiliando e proporcionando novas experiências aos alunos, fazendo com que suas aulas se tornem atrativas e prazerosas.

Internet, outro recurso que os alunos podem usufruir no LI é a internet, pois todos os computadores da escola estão ligados a internet, sendo um recurso a mais para pesquisas e consultas, sugeridas nas aulas, mas como todo recurso tem seus benefícios, tem seus malefícios também se não existir a orientação e controle dos professores, afirma Bettega (2004, p.23):

 

Porém é possível nos depararmos com uma série de informações desnecessárias, incorretas, às vezes, até mal elaboradas. Cabe ao professor efetuar as devidas analises com seus alunos dos assuntos que deseja pesquisar na internet e inclusive, criar a sua biblioteca virtual. Para pesquisas rápidas, os programas de investigação agilizam a localização de informações mais adequadas e seguras.

 

Temos de estar cientes de que todos os softwares são suportes para auxiliar e melhorar as aulas, ajudando na construção do conhecimento, mas cabe ao professor o papel principal de suprir as situações para que a construção do conhecimento ocorra.

 

Assim, tanto o uso de sistemas multimídia já prontos quanto os da internet são atividades que auxiliam o aprendiz adquirir a informação, mas não compreender ou construir conhecimento com a informação obtida. No processo de navegar, o aprendiz pode entrar em contato com um numero incrível de ideias diferentes, mas se essa informação não é posta em uso, não há nenhuma maneira de estarmos seguros de que esta informação será transformada em conhecimento. (VALENTE, 1999, p.94).

 

Silva (2005, p.51), afirma que, a internet é uma tecnologia que disponibiliza apenas informações. O diferencial concentra-se em como utilizá-la de modo a despertar nos aprendizes o desejo de aprender e como transformar essas informações em conhecimento e esse conhecimento em ações e fazer dela um instrumento que ultrapasse o simples copiar e colar, porque o simples fato de ter as tecnologias como fim não significa que a educação esteja incluindo o cidadão na cultura digital e na construção da aprendizagem.

 

3- METODOLOGIA DA PESQUISA

 

A pesquisa foi realizada em uma escola pública do município de Sorriso que oferta anos iniciais do ensino fundamental. Este estudo foi fundamentado nos pressupostos do método qualitativo, visto que nos aproxima mais da realidade a ser pesquisada.

Abordagem qualitativa, um processo de investigação cientifica que mostrara as resposta ou resultados de algumas questões teóricas que nos cercam ao redor desse projeto. Dizia Lenim (1965) que “o método é a alma da teoria” (p.148), pretendendo assim trabalhar o universo dos significados, dos motivos, dos valores, das atitudes, entre outros.

Minayo (2010, p. 24) a pesquisa de abordagem qualitativa com o verbo compreender, portanto será buscado o encontro da teoria com a pratica real para que possamos compreender algumas das questões que permeia o uso dos recursos tecnológicos pelos professores.

 

O pesquisador que trabalha com estratégias qualitativas atua com a matéria prima das vivencias, das experiências, da cotidianidade e também analisa as estruturas e as instituições, mas entendem-nas como ação humana objetiva. Ou seja, para esse pensadores e pesquisadores, a linguagem, os símbolos, as práticas, as relações e as coisas são inseparáveis.( MINAYO, 2010, p.24)

 

As fases desta pesquisa serão realizadas em três etapas onde a primeira delas consiste na fase exploratória na busca de informações e coleta de dados sobre o tema em questão. Coleta que acontecera através de dados bibliográficos e teóricos por autores que se preocupam com o uso das tecnologias no contexto educacional.

Já na próxima etapa acontecera com levantamento da pratica empírica através do trabalho de campo onde acontecerá as observações, questionário aberto com uma professora, coordenadora e diretora da unidade escolar contendo um número de dezoito questões. Na terceira etapa ocorre o que chamamos de análise do material empírico e teórico que levantamos no decorrer da pesquisa. Segundo Minayo (2010), o tratamento do material nos conduz a uma busca da lógica peculiar e interna do grupo que estamos analisando, sendo está a construção fundamental pesquisa.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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