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CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Adriana Cordeiro Figueiredo
Cirlene Aparecida Balieiro

 

RESUMO

A contação de história se dá em diversos momentos, um deles é através da oralidade, o outro momento é através da escrita, na qual os pais contam histórias para os seus filhos mesmo ainda bebês, ou ainda no ventre da mãe, pois mesmo sem interagir, a criança vai se sentindo confortável, amada e importante para as pessoas que estão a sua volta, até o momento onde passa a ter entendimento do contexto, sentindo prazer e admiração pelas histórias. Como alternativa lúdica, a leitura, no entanto, deve ser cultivada desde a primeira infância, dando sequência na escola desde a Educação Infantil, até mesmo por aquelas crianças que não tem o contato com a contação de história, pois a mesma utiliza desse recurso para trabalhar valores, culturas entre outros aspectos sociais e afetivos. Com isso o projeto realizado teve como objetivo compreender quais as contribuições da contação de história para o desenvolvimento da criança na educação Infantil. Visando pesquisar algumas técnicas lúdicas educativas para este momento. O estudo teve início com estudos bibliográficos, relatando sua importância na Educação Infantil, em seguida esboçando algumas estratégias para que o professor possa trabalhar com as crianças de uma forma significativa e prazerosa. Onde ao realizar este trabalho percebe-se que a contação de história na educação infantil não é apenas um entretenimento para as crianças, mas uma alternativa de aprendizagem lúdica, construtora de conhecimento e desenvolvimento da mesma, contribuindo assim desde a comunicação, imaginação, vocabulário e podendo despertar na criança o gosto pela leitura.

 

Palavras-chave: histórias. Educação Infantil. Desenvolvimento da Criança.

 

1. INTRODUÇÃO

Esse projeto tem como tema “A Importância da Contação de História na Educação Infantil”, e visa compreender quais as contribuições da mesma para o desenvolvimento da criança? E como deve ser trabalhada?

A contação de história se dá em diversos momentos, por exemplo, através da oralidade onde as pessoas como: pais, avós, professores e adulto mais próximo contam um fato ou mesmo uma história, o outro momento é através de história lida, que é a escrita onde a criança ao ter o contato, principalmente quando esta manuseia o livro, começa a criar sua própria história, pois de tanto ouvir o adulto contar história ele começa a perceber que aquilo que está escrito tem algo a ver com a imagem, portanto a leitura dever ser cultivada desde a primeira infância.

É de suma importância que os pais contem histórias para os seus filhos mesmo ainda bebê ou mesmo no ventre das mães, pois mesmo sem interagir, a criança vai se sentindo confortável, amada e importante para as pessoas que estão a sua volta, até o momento no qual passa a ter entendimento do contexto de modo prazeroso e admiração pelas histórias contadas através da escrita ou mesmo da oralidade.

Neste sentido deve se dar sequência a esses momentos, que é a interação entre a família e o universo escolar, pois além da família a escola utiliza-se desse recurso à para trabalhar valores, culturas entre outros aspectos sociais e afetivo com a criança para que esta vá incorporando as normas e regras criadas pela e na sociedade, partindo-se desse princípio a escola é um dos pilares da formação intelectual, social, cultural e afetivo da criança. Sendo a escola um dos pilares da sua formação e a educação infantil como uma das bases dessa formação tem como recurso o professor que deve proporcionar meios para que as crianças possam se identificar com as histórias contadas.

A contação de história é um recurso lúdico, que proporciona a construção do conhecimento e conceitos, assim como uma importantíssima ferramenta para o desenvolvimento psicossocial da criança.

Segundo Kraemer (2007) as atividades lúdicas educativas representam, hoje, uma forma moderna de ensinar na sala de aula, é um instrumento de apoio, divertido e alegre, dirigido ao professor e indiretamente ao aluno.

Embora o lúdico deva ser a ferramenta mais utilizada pelos professores de Educação infantil como complemento de sua prática pedagógica, acaba sendo deixado em segundo plano, por muitos educadores e escolas.

Ainda segundo Kraemer (2007) aulas diferentes, criativas e atividades atraentes ajudam a conquistar os alunos, pois ao substituir aulas monótonas, por atividades lúdicas educativas, o professor desperta nos alunos o interesse pela aprendizagem num clima descontraído e criativo.

Compreende que é de suma importância perceber que o universo da criança é cheio de fantasias e ela constrói sua identidade através do confronto entre este mundo com o real, pois é através da imaginação, comparação e imitação que a criança vai desenvolvendo sua identidade e como foi dito antes contar história é muito mais do que uma aula divertida, é uma aula divertida com significado.

Diante disso, esse projeto tem como objetivo verificar quais as contribuições da contação de história para o desenvolvimento psicossocial da criança na educação infantil, e visa também pesquisar novas estratégias para despertar o interesse e a imaginação da criança.

Para realização desse trabalho busquei estudo bibliográfico que possibilitou a compreensão dos métodos que podem aprimorar a prática educativa na educação infantil, e a importância da leitura e escrita.

Além disso, as leituras bibliográficas possibilitaram um novo olhar para a maneira em que deve ser vista a criança, pois os estudos demonstram que o ato de fazer é tão importante quanto o ato de imaginar, pois a criança é um ser repleto de curiosidade que o leva a construção do seu conhecimento.

 

2. DESENVOLVIMENTO

A contação de história é muito importante para criança, antes mesmo de elas ingressarem na escola, quem tem acesso a estes momentos tem mais conhecimento, consegue expor seu ponto de vista e lutar por seus direitos. Neste sentido cabe à escola oportunizar a todas as crianças o contato com diversos tipos de materiais escritos, a fim de garantir-lhes o gosto e o prazer pela leitura.

Como pode ser observada nas palavras de Marques (2002):

 

Contar história para crianças, favorece o enriquecimento de seu vocabulário, desperta na criança sua imaginação em um mundo de personagens, situações, problemas e soluções que lhe permitirá compreender o acontecimento do seu dia a dia, podendo também despertar nas crianças o gosto pela leitura.

 

A contação de história é uma ferramenta de aprendizagem que proporciona ao aluno prazer, estimulando o aprender e superando possíveis dificuldades na aprendizagem, KRAEMER, (2007, p.20) compreende que a contaçao de história tem como objetivo trabalhar de maneira prazerosa as dificuldades da aprendizagem. Os alunos se sentem estimulados e tem condições de desenvolver normalmente o processo de construção do conhecimento com sucesso e, portanto, a aprendizagem.

A criança ao ter muito contato com diversas histórias começam a ter o hábito e o gosto pela leitura em uma compreensão de mundo se tornando assim um futuro leitor.

Como analisado por Abramovich:

 

[…] Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... escutá-las é o início da aprendizagem para ser leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo [...]. Podemos, assim, começar a compreender a importância da Literatura Infantil no desenvolvimento cognitivo das crianças. Ser leitor é o meio para conhecer os diferentes tipos de textos, de vocabulários. É uma forma de ampliar o universo lingüístico. Para o "contador" de histórias, cabe o prazer de interagir com a leitura ao mesmo tempo em que oportuniza este prazer para os seus ouvintes, (ABRAMOVICH, 1997, p.16)

 

Com isso cabe a escola propor momentos lúdicos como este, com diversos tipos de materiais, instigando o aluno aprenderem.

Neste sentido Kraemer enfatiza:

 

a escola precisa evoluir, precisa trazer atrativo e ter condições de competir com os interesses lúdicos que rodeiam os alunos fora do mundo escolar. Uma das opções da escola para seduzir os alunos é desenvolver a aprendizagem trabalhada com atividades lúdicas educativas. (KRAEMER, 2007, p. 13 e 14)

 

 

Embora a escola hoje conta com vários recursos: livros infantis escrito ou livro com gravuras, tem-se também revistas, brinquedos que podem recriar um universo que a criança possa desenvolver sua imaginação, há também vídeo, jogos on-line, mais concretos, ainda sim a autora afirma da atratividade fora da escola. Em parte acredito que este universo fora da escola não se dá para todos no mesmo momento e cabe a escola mesmo que precariamente universalizar este universo imaginativo e lúdico.

Ainda de acordo com esse autor o professor deve preocupar-se com essas dificuldades e procurar solucionar os problemas das crianças de forma agradável. Por isso, nada melhor do que uma atividade lúdica educativa, pois conforme aborda Kraemer (2007, p.13), O professor tem condições de resolver várias dificuldades de aprendizagem de forma prazerosa Como, por exemplo, contar a história dos “Sete cabritinhos”, O Sabão Mágico” entre outras historinhas de cunho moral.

Nesse sentido quando o professor envolve a criança no processo da contação de história ele cria um ambiente propicio para que a criança se perceba parte dessa história e vê cada personagem ali vivenciado como parte de seu universo, com isso ele consegue abstrair os valores, a cultura, o sentimento e também apreende conceitos que vão levar para a vida toda. Por isso, é muito importante que o professor ao trabalhar a ludicidade se preocupe com o que ele quer passar para a criança.

Portanto, a metodologia utilizada pelos professores não podem ser somente o ato de contar a história em si mesmo, ele tem que utilizar de várias metodologias, para que a criança se sinta parte do contexto, ou seja, ao contar a história dos sete cabritinhos, por exemplo, a criança tem que a noção de pelo menos o quer o cabritinho, como ele vive, o que come entre outros fatores, porque para a criança o animalzinho representa muitas vezes uma história verídica.

Neste sentido as situações reais de contação de história que podem ser vivenciadas na instituição de educação infantil como práticas construtivas onde os materiais utilizados vão além do livro, do professor e da criança.

Pois segundo Kraemer (2007, p.15)

 

O professor, antes de ler uma história aos alunos, deve lê-la, e ao transmiti-la aos alunos deve fazer como se estivesse vivenciando, tornando o momento muito agradável, fazendo um breve comentário de onde foi retirada a história, cita o nome da autora e fala sobre o tema da história que vai ser lida, favorecendo uma expectativa por parte dos alunos e procurando, dessa forma, despertar o gosto pela leitura e o hábito de leitura nas crianças.

 

Através da historia a criança associa a fantasia com o que é vivenciado no seu cotidiano, permitindo que os professores tenham oportunidade de verificar o conhecimento que a criança traz de sua casa, assim permitindo a participação da mesma durante a contação de historia

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Ao realizar este trabalho pode compreender que a contação de história na educação infantil não é apenas um entretenimento para as crianças, mas uma alternativa de aprendizagem lúdica, construtora de conhecimento e desenvolvimento da mesma, contribuindo assim desde a comunicação, imaginação, vocabulário e podendo despertar na criança o gosto pela leitura.

Percebi também que cabe a instituição de educação infantil, proporcionar momentos que favoreçam o aprendizado das crianças através da contação de história usando metodologias diferenciadas como; fantoches, revistas, tapetes, avental, livros de pano, entre outros.

Portanto é essencial que o professor utiliza-se desses recursos metodológicos para promover momentos especiais e descontraídos que leva a criança a ampliar seus conhecimentos, pois o ato de contar histórias ajuda as crianças no desenvolvimento da linguagem, imaginação e criatividade.

Neste sentido é muito importante a escola oferecer este tipo de experiências para a criança, pois, são situações reais que desperta desde cedo à curiosidade da criança, amplia a sua capacidade de entender e intervir na realidade, onde ela torna-se capaz de organizar seus pensamentos, suas ideias e assim entender aquilo que deseja.

 

REFERÊNCIAS

 

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: Gostosuras e bobices. 4. Ed. São Paulo: Scipione, 1997, (p.16)

 

BETTELHEIM, BRUNO. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

 

KRAEMER, Maria Luiza. Lendo, brincando e aprendendo: Campinas- SP: Autores Associados, 2007, (p.20)

 

KRAEMER, Maria Luiza. Lendo, brincando e aprendendo: Campinas- SP: Autores Associados,

2007, (p.13 e 14)

 

KRAEMER, Maria Luiza. Lendo, brincando e aprendendo: Campinas- SP: Autores Associados, 2007, (p.20)

 

KRAEMER, Maria Luiza. Lendo, brincando e aprendendo: Campinas- SP: Autores Associados, 2007, (p.15)

 

MARQUES Cunha Silva Claudia. A importância de contar história para as crianças. Educação e Saúde, publicado em 26/09/2002, Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=64>.Acesso em 06 maio de 2012