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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS

 

Jana Rubia Colhado

 

 

RESUMO:

 

A importância da leitura nos anos iniciais faz parte de um conceito bastante significativo que faz parte das temáticas desse estudo. O assunto aqui apresentado, demostra a importância do professor na formação de leitores e em sua aprendizagem. O tema traz informações sobre a leitura nos anos iniciais, e sua importância, algo que deve ser trabalhado com frequência no ambiente escolar. Este trabalho com a leitura deve ser intensificado, prioritariamente, com estudantes dos anos iniciais, já que estão descobrindo agora o prazer pelo ato de ler, como algo de grande importância. Neste artigo abordaremos as seguintes temáticas: O que é leitura?; Leitura e escola; Propostas e incentivos de leitura em sala de aula e Literatura infantil lúdica como uma importante ferramenta para a formação de leitores.

 

Palavras-chave: Leitura. Anos iniciais. Leitores. Aprendizagem. Literatura infantil lúdica.

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

O estudo esclarece a importância da leitura nos anos iniciais. Esse tema é um conceito bastante significativo e faz parte das temáticas desse estudo. Os assuntos aqui apresentados demostram a importância atribuída ao professor na formação de leitores, esta importância do hábito de leitura deve ser evidenciada a todo tempo pelo docente em sala de aula, de modo que possa melhorar sua prática pedagógica, favorecendo assim seu crescimento profissional.

A temática sobre leitura nos anos iniciais, bem como sua importância, algo que deve ser trabalhado no ambiente escolar, levando a criança a ter contato com diversas obras, estilos e gêneros textuais contribuindo para o melhor desempenho destes em relação as diversas atividades a serem encaradas no futuro.

Este período de iniciação escolar mostra-se de fundamental importância para a percepção que a criança irá ter pelos livros ao longo de sua trajetória escolar.

As fundamentações teóricas nos mostram a importância da participação das escolas, dos professores e também das famílias nos seus respectivos ambientes no que diz respeito às atividades que envolvem a leitura. E sobre os conteúdos esclarecer: O que é leitura?; Leitura e escola; Propostas e incentivos de leitura em sala de aula e a Literatura infantil lúdica como uma importante ferramenta para a formação de leitores.

 

2. DESENVOLVIMENTO

 

2.1 O QUE É LEITURA?

A definição de leitura está inicialmente restrita à simples decodificação da escrita. No entanto, é preciso destacar que a atividade de ler não corresponde apenas a simples decodificação de símbolos, mas significa, acima de tudo, a capacidade de se interpretar e compreender o que foi lido.

Para Kleiman (2008) “a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos”.

Leitura, em Aurélio é: 1. Ato ou efeito de ler; 2. Arte ou hábito de ler; 3. Aquilo que se lê; 4. O que se lê, considerado em conjunto. 5. Arte “de decifrar e fixar um texto de um autor, segundo determinado critério”. (AURÉLIO,1988, p.390).

 

2.2 LEITURA E ESCOLA

Este período de iniciação escolar mostra-se de fundamental importância para a percepção que a criança irá ter pelos livros ao longo de sua trajetória escolar.

Deste modo, o trabalho com a leitura deve ser intensificado, principalmente, com os estudantes dos anos iniciais, já que, nesta fase as crianças estão descobrindo o prazer pelo ato de ler. Incentivar o hábito e o prazer dos alunos em ler contribui para que possam tirar proveito pessoal da leitura. Este trabalho precisa ser objetivo de toda a escola.

 

(...) entendemos que o ensino de leitura deve ir além do ato monótono que é aplicado em muitas escolas, de forma mecânica e muitas vezes descontextualizado, mas um processo que deve contribuir para a formação de pessoas críticas e conscientes, capazes de interpretar a realidade, bem como participar ativamente da sociedade. (OLIVEIRA E QUEIROZ, 2009, p.2).

 

A leitura deve estar presente de forma constante no ambiente escolar, deve levar a criança a ter contato com variadas obras, ajudando assim no desempenho do estudante em relação às atividades futuras.

A família sem dúvidas, também é a principal peça nesta tarefa de incentivo à leitura. O sucesso da criança está diretamente ligado aos incentivadores que possui em casa. Não importam quantos existirem em outros ambientes, sem o apoio dos familiares, dificilmente esta irá galgar de uma plena experiência com os livros. Um dos grandes fatores que prejudicam a vida escolar das crianças é o fato de não receberem o devido incentivo e estimulo familiar.

Mas não devemos “culpar” pais e mães que não acompanham a vida escolar e automaticamente a vida de leitor de seus filhos. Mais uma vez, a sociedade turbulenta, a vida cheia de compromissos profissionais, acaba fazendo os pais atribuírem somente à escola, a tarefa de educar suas crianças, como se, ao passar a responsabilidade para escola, a sua parte na educação seja compensada, algo totalmente errôneo. O incentivo familiar dá-se de várias maneiras, o acompanhamento, ou mesmo contar histórias, mesmo historinhas curtas, mas que irão proporcionar um contato entre pais, filhos e leitura. Alguns pais podem não ter dimensão do quanto, mas sem dúvida trata-se de um estimulo simples, porém tão importante quanto à educação recebida em sala de aula.

 

Em primeiro lugar há aqui um deslocamento da função da escola como voltada exclusivamente para o ensino da escrita. Seu papel exorbita essa fronteira e se estende para o domínio da comunicação em geral. Envolve também o trabalho com a oralidade. Evidentemente que não se trata de ensinar a falar, mas de usar as formas orais em situações que o dia a dia oferece, mas que devem ser dominadas. Em segundo lugar deve-se ter muito cuidado com a noção de competência comunicativa que não se restringe a uma dada teoria da informação ou da comunicação, mas que deve levar em conta os parâmetros mais amplos de uma etnografia da fala, uma análise das interações verbais, produções discursivas e atividades verbais e comunicativas em geral sem ignorar a cognição. É nesse contexto que se situa a questão gramatical e todo o trabalho com a língua. Trata-se de valorizar a reflexão sobre a língua, saindo do ensino normativo para um ensino mais reflexivo. (LOPES, 1984, P. 247).

 

2.3 PROPOSTAS E INCENTIVOS DE LEITURA EM SALA DE AULA

Segundo Silva (1987), estes podem ser exemplos de atividades produtivas e de despertamento para o gosto e hábito da leitura:

 

Leituras coletivas ou em pequenos grupos, silenciosa ou em voz alta pelo aluno ou professor, apresentar às crianças uma variedade de histórias, ler contos de fadas que apresentem diferentes versões, personagens diferentes ou finais diferentes podem estimular comparações por parte das crianças, facilitando o pensamento intuitivo e imaginativo, criar um “Cantinho da Leitura” em sala de aula com prateleiras à altura das crianças. Deixar que os alunos fiquem à vontade para ler. Ir renovando o acervo de materiais com livros e revistas de interesse das crianças. Proporcionar o acesso a livros suplementares para a leitura de lazer, discussões em grupo. Em sala de aula, usar livros de capa mole, livros de capa dura, artigos de jornal, revistas, quaisquer materiais extras que não reduzam a leitura das crianças somente à do livro didático. Para dar mais vida às leituras podem-se dramatizar trechos dialogados de uma história etc. (SILVA. 1987)

 

É necessário um estímulo constante para o contato entre o aluno e o livro:

 

(...) o professor deve proporcionar várias atividades inovadoras, procurando conhecer os gostos de seus alunos e a partir daí escolher um livro ou uma história que vá ao encontro das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para o gosto, deixando-o se expressar. (SOUZA, 2004, p.223).

 

Assim, entende-se a importância do despertar do aluno para a importância da leitura no dia a dia.

 

A sociedade burguesa transformou a leitura em prática social, mas, paradoxalmente, observa-se que a corte social se faz, sobretudo, pela leitura. Em decorrência do ideal da igualdade proclamado pela burguesia, cria-se um espaço de escola democrática. (Clarice Fortcamp, p. 4)

 

Para Chomsky, “toda gramática é formada por três componentes básicos: o sintático, o fonológico e o semântico. Para esse autor toda sentença gramatical tem uma estrutura superficial e uma estrutura profunda”. (Clara Regina Rappaport, p. 59).

 

2.4 LITERATURA INFANTIL LÚDICA: UMA IMPORTANTE FERRAMENTA PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES

A literatura infantil sempre esteve e está presente em nossas vidas muito antes da leitura e da escrita, seja por meio das cantigas de ninar, das brincadeiras de roda ou das contação de histórias realizadas pelos familiares. Porém quando as crianças chegam à escola é que a literatura passa a ter o poder de construir uma ligação lúdica entre o mundo da imaginação, dos símbolos subjetivos, e o mundo da leitura e da escrita.

Sabemos que a partir do momento em que a criança tem acesso ao mundo da leitura, ela passa a buscar novos textos literários, faz novas descobertas e consequentemente amplia a compreensão de si e do mundo que a cerca. Nesse cenário, a escola e professores devem atuar em sintonia, assegurando que o trabalho com a literatura infantil aconteça de forma dinâmica, por meio de práticas docentes geradoras de estímulos e capazes de influenciar de maneira significativa o desenvolvimento de habilidades orais, leitoras e escritoras. A contação diária de histórias é bastante significativa, porque proporciona um momento mágico de valor educativo sem igual na correlação destes três eixos: leitura, escrita e oralidade.

As atividades de leitura devem ocorrer desde os primeiros dias de aula, mesmo com crianças que ainda não conhecem nenhuma letra, pois, por meio da visão e da audição, elas realizam a leitura de ilustrações e acompanham a leitura do texto feita pelo professor. Nessa fase inicial, em contato com os livros, elas aprendem a manuseá-los, a reconhecer suas formas, a perceber a diagramação e iniciam suas experiências com os modos de composição textual.

Com o intuito de formar leitores, a literatura especializada aconselha os professores e a escola a utilizar alguns procedimentos pedagógicos como: convívio contínuo com histórias, livros e leitores; valorização do momento da leitura; disponibilidade de um acervo variado; tempo para ler, sem interrupções; espaço físico agradável e estimulante; ambiente de segurança psicológica e de tolerância dos educadores em relação às singularidades e às dificuldades de aprendizagem de cada criança; oportunidades para que expressem, registrem e compartilhem interpretações e emoções vividas nas experiências de leitura; acesso à orientação qualificada sobre por que ler, o que ler e como ler e quando ler.

Outra estratégia importante é incluir brinquedos e brincadeiras como parte da formação de alunos leitores. Ao misturar livros e brinquedos, livros e brincadeiras, a escola realiza um trabalho de sedução das crianças para a leitura, pois, à medida que o livro entra em sua vida, desde muito cedo e de forma prazerosa, desperta seu imaginário e, consequentemente, o desejo de ler. Partindo desse princípio, acreditamos que as atividades lúdicas envolvendo a leitura, realizadas diariamente pelos professores, bem como a disponibilização de livros de literatura infantil e brinquedos fazem com que os primeiros contatos com a leitura sejam agradáveis e divertidos. Dessa forma, quanto mais lúdico for o trabalho com a literatura infantil, melhor será seu impacto na formação de leitores e na aprendizagem da leitura e da escrita.

Ler histórias para as crianças é incitar o imaginário, provocar perguntas e buscar respostas, despertar grandes e pequenas emoções como rir, chorar, sentir medo e raiva, emoções estas que vêm das histórias ouvidas e lidas. Juntos, livros, brinquedos e brincadeiras fortalecem ainda mais a construção de novos conhecimentos, favorecendo o desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo das crianças.

 

lendo que se aprende a ler, a escrever e interpretar. É por meio do texto literário (poesia ou prosa) que ela vai desenvolver o plano das ideias e entender a gramática, suporte técnico da linguagem. Estudá-la, desconhecendo as estruturas poético-literárias da leitura, é como aprender a ler, escrever e interpretar, e não aprender a pensar. (PRADO, 1996, p. 19-20).

 

Vários estudos e pesquisas têm evidenciado a importância das atividades literárias diferenciadas no contexto educacional para o bom desempenho da criança. A utilização da literatura como recurso pedagógico pode ser enriquecida e potencializada pela qualidade das intervenções do educador.

Acredita-se assim que a proposta de atividades variadas é de grande valor para o processo de construção da autonomia e desenvolvimento da criança em formação. Podemos afirmar que a capacidade de ler é a grande herança que a escola pode deixar para o aluno. Constitui-se um caminho para a realização de mais interações, construção de mais sentidos, superação do imediato e concretização de uma vida mais feliz para todos.

Ao entrar na escola, a criança independentemente do domínio da palavra escrita, é capaz de falar sobre suas experiências de vida. A expressão oral da criança é uma leitura da sua realidade, separada do código escrito que ela ainda não domina ou domina parcialmente. A escola deve favorecer o processo de leitura não como mera decodificação de signos, mas explorando a leitura de mundo da criança.

Portanto, para propiciar a leitura, é necessário transformar a escola e a sala e aula num ambiente de investigação para estimular várias situações que irá permitir que as crianças manifestem o gosto pela leitura que observe a realidade manifestando a compreensão fazendo questionamentos, isto acontecerá quando o professor permitir que a criança fale de experiências de seu mundo.

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Podemos concluir que o período de iniciação escolar mostra-se de fundamental importância na construção da relação que o estudante terá com a leitura em toda a vida escolar e acadêmica.

Assim sendo, incentivar o hábito e o prazer pela leitura é um trabalho fundamental a ser desempenhado pela escola e pelo docente. Neste sentido, mostra-se necessário colocar a criança em contato com diversas obras de vários gêneros para que se amplie essa bagagem adquirida pelo aluno neste momento.

Destaca-se, contudo, que a leitura deve apresentar-se como uma atividade constante nas aulas e sua prática melhora o desempenho do aluno em todas as demais áreas do conhecimento.

 

REFRÊNCIAS

 

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