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JOGOS DIDÁTICOS UMA MANEIRA LÚDICA DE ENSINAR MATEMÁTICA.



GONSAGA, Vanuza Oliveira Louback

 

                                                          

 

RESUMO

Este trabalho tem como intuito ressaltar a importância do uso dos jogos didáticos no ensino/aprendizagem, especificamente no ensino de matemática. Para analisar a influência e a contribuição dessa metodologia no ensino, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre diversos autores que contribuíram através de estudos e pesquisas, e ressaltaram a importância do uso dessa metodologia na formação do aluno. Através da pesquisa, foi possível perceber o quanto os jogos podem favorecer e facilitar o desenvolvimento cognitivo, pois, por meio deles o aluno se interessa pelo conteúdo, consegue aprender de forma espontânea e com satisfação. A vista disso, torna-se urgente a necessidade de buscar estratégias para tornar o ensino mais dinâmico e eficaz, e os jogos didáticos podem dar uma contribuição significante, pois através dele e possível o aluno adquirir respeito, disciplina, limites que são aspectos fundamentais para sua formação. Sobretudo é importante ressaltar, que o ensino de melhor qualidade exige mais empenho e dedicação por parte dos educadores, como; propósitos bem definidos, planejamentos bem elaborados, eficiência e conhecimento. 

 

Palavras chave: Jogos didáticos. Ensino/aprendizagem. Formação do aluno.

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

Nos cursos atuais de formação pedagógicas discute-se muito sobre métodos de ensino/aprendizagem e métodos avaliativos, qual seria a melhor forma de ensinar, como, e o que fazer para melhorar o desenvolvimento do aluno, o maior desafio dos profissionais na área do ensino tem sido preparar seus alunos para serem pessoas independentes, críticas, reflexíssimas, argumentativas que saibam se posicionar em meio a   uma sociedade competitiva exigente. A grande preocupação hoje é o ensino focado em um modelo arcaico e ultrapassado onde o professor passa a matéria no quadro, ou explica verbalmente um conteúdo pré-selecionado, solicita dos alunos a assimilação do que foi dito, e a aplicação desses conteúdos através exercícios escritos. Esse tipo de ensino, acaba sendo a transmissão do conhecimento do professor para o aluno, de forma que o aluno produza o que lhe foi transmitido, transformando a aprendizagem em um método mecânico que não desperta o interesse do aluno, consequentemente, temos jovens formandos sem perspectiva, despreparado para a vida acadêmica e o mercado de trabalho. Diante disso, educadores têm buscado novas metodologias de ensino, que possa contribuir para uma melhor formação do estudante.

Santos & Valieira (2014 apud Sousa 2016, p. 77), dizem que nas últimas décadas professores e profissionais tem buscado reformas na educação pautadas em práticas diferenciadas para que as aulas saiam da mesmice e despertem interesse e curiosidade, de forma que os alunos tenham gosto e satisfação pelas aulas e assim não queiram mais apenas as notas e boas avaliações, mais tenham consciência da importância que o ensino/ aprendizagem tem para suas vidas.

Segundo as novas metodologias, a relação entre professores e alunos, está baseada na troca e não apenas na transmissão de conhecimento e o objetivo é não apenas a aquisição de conhecimentos, por parte do aluno, mas desenvolver habilidades como o pensamento independente, criatividade dentre outras, logo, se faz necessário novos métodos de ensino que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem. Nesse processo de interatividade, o professor deve assumir um papel educacional de mediador e orientador, não de provedor do conhecimento, pois sua função e criar novas possibilidades para ensinar e aprender.

Diante disso, esse trabalho tem como objetivo a comprovação de que, as metodologias diferencias tende a contribuir com mais facilidade para o processo de ensino/aprendizagem do aluno. Segundo Santos, (1999, p.12) os jogos e brincadeiras são exercícios que estão presente na atividade humana, através delas o indivíduo se socializa, elabora conceitos, formulas e ideias, integra estabelece relações, desenvolve principalmente na formação de atitudes sociais como: cooperação; respeito mútuo; interação; lideranças e personalidade.  Essas são atividades que fazem parte da construção do sujeito.



  1. OS JOGOS, O LÚDICO, E A MATEMÁTICA



2.1 O processo histórico dos jogos



O jogo sempre esteve presente em diversas culturas, tanto o homem adulto, criança, idoso ou adolescente, participavam das suas modalidades, Segundo Brougère (1998 apud Wittzorecki 2009, p.39), “o jogo possuía, na Antiga Roma, um aspecto Religioso. [...] na Grécia Antiga os jogos eram realizados em formas de lutas, concursos, combates, atividades ginásticas, e teatrais, os Astecas e Maias também praticavam jogos, jogar para eles, representava celebração, energia e vida.  Philippe Ariès (1981 apud wittzorecki 2009, p.40) afirma que “no cotidiano da Idade Média europeia”, nas comunidades rurais, o trabalho não ocupava todo o dia e nem era tão valorizado como na atualidade. Os jogos eram um meio para estreitar os laços coletivos, segundo esse autor, embora as atividades com jogos não acontecessem em períodos contrários “ao tempo de trabalho”, não eram consideradas atividades “fúteis ou frívolas”, pois faziam parte da cultura, e todos os membros da comunidade participavam, tanto os mais novos como os mais velhos.

De acordo com, Philippe Ariès, com o passar do tempo, quando há uma separação das atividades sociais e o viver comunitário. O jogo e as manifestações lúdicas vão ganhando irrelevância se torna algo fútil, se restringindo somente ao universo das crianças.  Conforme, Kishimoto (2011, p.31 e 32) “o jogo foi considerado não sério por sua associação ao jogo de azar, bastante divulgado na época” Ela afirma que o jogo, como recurso educativo, tem início a partir do renascimento, nesse período, a brincadeira começa a ser vista como algo que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo, mais ainda, com algumas exceções. Wajskop (1995), relata que nesse período, as possibilidades educativas dos jogos começam a serem notadas e surgem a utilização de alguns jogos, vetando outros, e os jogos passam a serem classificados como “maus” e “bons”

A nova proposta educativa de acordo com Kishimoto (1999), surge através da criação do Instituto dos Jesuíta no século XVI, tendo como objetivo enriquecer as ações didáticas, por meio de exercícios com caráter lúdico, mais é no Século XVIII, que nascem as novas tendências e movimentos culturais. Nessa época, o jogo começa a ser considerado um elemento fundamental para o desenvolvimento do ser humano, surgindo várias definições para o jogo, então surgem várias teorias no final do século XIX tentando explicar cientificamente o seu significado, assim ele passa a ser estudado pelos psicanalistas, psicólogos e pedagogos, trazendo concepções científicas do significado do jogo como uma atividade muito importante na vida do homem. (Santos, 2000). 

Sant’anna & Nascimento (2011). Faz um relato do desenvolvimento dos jogos no Brasil, segundo eles “Os índios, os portugueses e os negros foram os precursores dos atuais modelos e maneiras de desenvolvimento do lúdico que mantemos até hoje” eles argumentam que a mistura de povos, raças e crenças trouxeram uma herança educacional muita rica para o Brasil, de acordo com eles no século XX, surgiram várias propostas de metodologias, como a Pedagogia Nova, o Positivismo e o Tecnicismo do Ensino de Ciências. Nas primeiras décadas do século XX, o aprender fazendo, a pesquisa investigatória, o método da redescoberta, os métodos de solução de problemas como também as feiras e clubes de ciências foram as grandes mudanças ocorridas para um ensino que até então não tinha essa preocupação. SANT’ANNA & NASCIMENTO (2011).

No final do século XX, surgem os PCNs, os Parâmetros Curriculares Nacionais, Um material muito bem elaborado é disponibilizado pelo Ministério de Educação, que passam a defender uma metodologia mais dinâmica e efetiva no ensino de matemática, esse documento visando a construção de um referencial para orientar a pratica escolar de forma a contribuir para o desenvolvimento da criança e do jovem na área do conhecimento matemático, de maneira que possibilitasse a sua inserção como cidadãos no mundo de trabalho cultura e relações sociais. Os PCNs afirmam que: 

 (...) A Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; aprender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. Recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadora, computadores e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão, em última instância, a base da atividade matemática (PCNs, 1997).

 

          À vista disso, no último século ouve alguns avanços em relação ao ensino/aprendizagem, e novas metodologias surgiram, Sant’anna & Nascimento (2011), comentam que com o Movimento de Educação Matemática nas últimas décadas do século XX e as teorias das Ciências Humanas para o ensino e aprendizagem, o uso do lúdico para o ensino da matemática se tornou mais valorizado como instrumento metodológico. Com ênfase total a partir de sua inserção nos Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997, publicação que passou a nortear o atual modelo de ensino no Brasil. 



2.2 Os jogos didáticos e o lúdico.



          A busca dos professores sobre, como tornar o ensino mais eficaz, tem sido constante, várias alternativas têm sido discutidas, em busca de respostas, professores tem descoberto que os jogos didáticos podem se tornar uma ferramenta importante no processo educacional, podendo ser possível ao aluno, aprender e se divertir ao mesmo tempo, conforme afirma Rau “Toda prática pedagógica deve proporcionar alegria aos alunos no processo de aprendizagem”. (RAU 2007, p.32).  E de acordo com Vygotsky (1991 apud Bueno 2010), o lúdico influencia o desenvolvimento, a curiosidade, e a forma de agir, estimula o aluno a tomar iniciativa, transmite autoconfiança e concentração.

          Os jogos didáticos, enquanto atividade lúdica, além de ser prazeroso pode contribuir para vários aspectos na formação do aluno. Rau (2007, p.53), afirma que, muitos aspectos podem ser trabalhados por meio da confecção e da aplicação de jogos selecionados, objetivos como: aprender a lidar com a ansiedade; refletir sobre limites; estimular a autonomia; desenvolver a atenção e a concentração; ampliar a elaboração de estratégias; estimular o raciocínio lógico.  Santo Agostinho apud (Bemvernut 2009, p.27) menciona que ‘’O lúdico é eminente educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa curiosidade a respeito do mundo e da vida, é o princípio de toda a descoberta e toda a criação”. E através do lúdico o sujeito toma consciência do seu meio, de tudo que está a sua volta, estabelecendo relações com esse meio, aprendendo com ele e através dele.  

          No entanto, é importante frisar que o educador deve tem em mente objetivos bem definidos. Como, qual e a aplicação daquele conteúdo para o cotidiano do aluno, onde e em qual conteúdo ele deve ser aplicado, a forma e a hora de fazer o uso dos jogos. Pois de acordo com Rau (2007, p.38) “cabe ao educador conhecer a possibilidade da utilização de diferentes recursos pedagógicos com a orientação metodológica de seu trabalho. ” Sendo assim, o professor deve preparar suas aulas de forma que norteei o processo de aprendizagem dos alunos e que use a metodologia adequada para poder alcançar resultados relevantes e satisfatórios para o ensino do aluno.



2.3 Os jogos didáticos com objetivos pedagógicos.

 

Os jogos didáticos sendo utilizado com objetivos pedagógicos, podem ser uma boa alternativa para melhorar o desempenho dos estudantes. Além disso eles possuem uma grande mobilidade, dando possibilidades de trabalhar com diversos conteúdos e conforme os objetivos do educador em várias matérias e com diferentes idades.  De acordo com Mavignier et al., (2013) apud Fernandes et al., (2014, p. 6974; 6975), a utilização de jogos didáticos são recursos que auxiliam no processo de ensino/aprendizagem, sendo   uma ferramenta importante para o professor, podendo desenvolver no aluno uma maior capacidade de concentração, observação, de interação com os colegas, além de estimular a capacidade a motivação,  proporciona uma participação espontânea nas aulas, e consequentemente, um maior conhecimento dos assuntos ministrados.  

Para Macedo (2005, p.24) “o trabalho com jogos, no que se refere ao aspecto cognitivo, visa a contribuir para que as crianças possam adquirir conhecimento e desenvolver suas habilidades e competências. ” O jogar dá a criança a possibilidade de adquirir habilidades que o acompanharam no seu cotidiano. Miranda, também menciona que os jogos podem desenvolver habilidades relacionadas a construção do conhecimento, ajuda na socialização do aluno, ensina os alunos a trabalharem em grupo, estimula   a criatividade e o desafio:

...mediante o jogo didático, vários objetivos podem ser atingidos, relacionados à cognição (desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais para a construção de conhecimentos); afeição (desenvolvimento da sensibilidade e da estima e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade); socialização (simulação de vida em grupo); motivação (envolvimento da ação, do desfio e mobilização da curiosidade) e a criatividade. Miranda (2001) apud Montenegro; Araújo e Petrovich (2014, p.356; 357).

 

De acordo com Miranda (2001), quando o aluno é estimulado ele passa a se interessar e participar mais, ele sente gosto e satisfação pelo que estuda, e isso favorece vários aspectos que estão relacionados a sua aprendizagem, pois o aluno é trabalhado em um aspecto integral, como na afetividade, na socialização, na criatividade, e em outra áreas que preparará o aluno para conviver em sociedade, para estabelecer relacionamentos, ser inserido no mercado de trabalho, e conquistar seu espaço no meio competitivo onde vive.



2.4 A importância dos jogos no ensino/aprendizagem 



          Os jogos e brincadeiras fazem parte do universo da criança, desde muito cedo a criança é incentivada as brincadeiras com jogos, através deles as crianças se desenvolvem e interagem com o mundo ao redor, esse mundo de imaginação é apresentado as crianças desde os primeiros meses de vida. Os adultos sempre lembram desse período como um tempo de alegria, de muita diversão, muitas brincadeiras e descobertas. Para Piaget “As brincadeiras e jogos infantis exercem um papel muito além da simples diversão, possibilitam aprendizagem de diversas habilidades e são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual da criança (PIAGET 1976 apud DAMASCENO et al, s/d). Segundo ele “o jogo é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, pois, ao representar situações imaginarias, a criança tem a possibilidade de desenvolver o pensamento abstrato. 

          Decorrente disso os jogos constituem-se um mecanismo muito importante para o desenvolvimento da criança, pois através dele, a criança é estimulada a, pensar, refletir, analisar, experimentar e criar, também, desenvolve a autonomia e autoconfiança. Teixeira (2010, p. 44) diz que: Brincar e fonte de laser, mas é, simultaneamente, fonte de conhecimento; é dupla natureza que nos leva a considerar o brincar como parte integrante da atividade educativa. Grando (2000, p.32), fala que o jogo envolve desejo, interesse, competição, que ao motivar o desafio e competição, ajuda na autoconfiança, na superação e na coragem de arriscar, consequentemente o aluno estará mais hábil e preparado para aprender os conceitos que o envolvem. 

Sobretudo, para que o jogo tenha uma natureza educativa, o professor precisa conhecer as necessidades de seus alunos para que, através de uma intervenção pedagógica bem planejada, ele consiga adaptar o jogo a outras atividades, ao conteúdo a ser trabalhado, e aos objetivos do ensino que ele pretende alcançar. Nesse sentido Rau, menciona que o professor “deve buscar o conhecimento sobre o que faz e sobre por que motivo o faz, visando ao domínio dos instrumentos pedagógicos para melhor adaptá-los às exigências das novas situações educativas. ” (RAU 2007, p.38).



 2.5 Os jogos didáticos devem serem bem planejados 



Contudo é preciso ter cuidado, porque apesar de existir grandes vantagens na utilização dos jogos didáticos, para que sua aplicação seja bem-sucedida a sua utilização depende de esforços e compromisso tanto do professor que ensina, como do aluno que aprende, sobretudo do professor, porque como em todas as atividades, necessita de planejamento e de aplicação com objetivos bem definidos, para se conseguir alcançar bons resultados e ser bem-sucedido na pratica. Conforme Schwarz (2006):

A dimensão lúdica [...] qualifica as tarefas escolares” (MACEDO, 2005, p.12), porém isso só acontece quando as atividades forem planejadas, organizadas e direcionadas para esse fim e utilizadas de forma adequada. Zagury (2006, p. 202) reforça a mesma orientação, com ênfase maior na forma de conduzir as atividades: “a ‘melhor das técnicas’ ou o ‘melhor método' podem ser desvirtuados, anulando-se, por malconduzidos, todo o benefício que poderia trazer aos alunos.

 

Por isso a má condução da aplicação dos jogos didáticos, podem trazer consequências ruins como, uma competitividade não desejada, atitudes desleais, egoístas e agressivas e por serem jogos onde alguns ganham e outros perdem pode surgir sentimentos de derrota, inferioridade frustrando alguns alunos, mais isso não pode ser encarado como dificuldade, uma vez que a conduta do professor vai decidir o rumo da atividade. Como exemplo: a disputa e competição pode ser conduzida de forma agradável proporcionado um desafio, sendo a oportunidade de trabalhar socialização, respeito,  regras e bom comportamento em grupo.

Assim a derrota no jogo pode ser encarada como um desafio que necessita de superação, força de vontade e determinação. Tudo isso influenciados pelo professor que coordena o jogo. Conforme Pereira, Fusinato et al, (2011, p. 4) apud Ferreira et al, (2011, p. 3):   “Jogar é ‘fazer de conta’ que se está à margem da realidade para melhor elaborá-la. Por meio do jogo, se revela a autonomia, a originalidade, a possibilidade de ser livre, de inventar e de poder expressar o próprio desejo convivendo com as diferenças”.

          Portanto, a participação em jogos é importante, para que os alunos aprendam a conviver, adquira maturidade e consciência que faz parte da construção do seu conhecimento, onde todos possam se expressar sem com isso prejudicar o conhecimento dos demais. Ainda de acordo com Pereira, “Outro aspecto importante é aprender a fazer escolhas e aceitar as consequências dessas escolhas. Aceitar e aprender a lidar com a vitória ou a derrota, sabendo que se pode tentar vencer, mas correndo o risco de perder”. PEREIRA, FUSINATO et al, (2011, p. 5) apud FERREIRA. M. J. et al, (2011). Ademais, quando o aluno aprende a viver com o imprevisível, se sente mais seguro, tem mais facilidade para tomar decisões e fazer escolhas, e assim estará mais preparado para a vida diária. 

          Dessa forma a  preocupação do professor não deve estar apenas na seleção ou confecção de jogos, mas sim no planejamento que realmente enriquece a construção do conhecimento, o planejamento deve ser elaborado visando objetivos bem definidos e específicos, que deem oportunidades ao aluno de interagir, de aprender, de usar toda a sua criatividade, e nesse sentindo a   utilização de jogos pode ser um poderoso recurso pedagógico desde que seja cuidadosamente planejada, trazendo resultados positivos no processo de ensino e aprendizagem. (SANTOS, 2000).



2.6 A aplicação dos jogos no ensino da matemática 



A sociedade atual vive um grande desenvolvimento tecnológico e cientifico, em contrapartida há um enorme desinteresse dos alunos em estudar e aprender, o professor se sente desafiado a resgatar o desejo dos alunos pelos estudos curriculares, mais especificamente no ensino da matemática, pois esse, precisa ser desenvolvido de forma significativa, com métodos que tenham ligação a vivencia dos alunos. Nesse sentido, professores tem buscado nos jogos didáticos, novas alternativas e ludicidades das soluções construídas para as situações-problemas vividos no dia a dia do estudante. Segundo Sousa, (1994, p.108), o jogo pode se diferenciar das maneiras tradicionais de ensinar, quando é adotado com estratégias, ampliando conceitos que instigam a aquisição de novos conhecimentos.  

Nessa concepção, os jogos quando utilizado no ensino da matemática tem a pretensão de resgatar o gosto e a alegria do aluno em aprender mais sobre a disciplina, os (PCNs, 1997), pontuam que a matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, como jogos, livros, vídeos, calculadora, computadores e outros materiais. Contudo, eles precisam estar incorporados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão. Ainda de acordo com os PCNs, os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem a sua apresentação de modo atrativo na elaboração de estratégias criativas, propiciam a simulação que exigem soluções imediatas, o que estimula o planejamento das ações.

Cabral (2006) relata que, cabe ao professor proporcionar momentos para que o aluno possa encontrar no ensino da matemática um caminho mais prazeroso, dar significado ao processo do ensino/aprendizado, estimular o raciocínio e o senso crítico do aluno, e o uso de novas metodologias são caminhos possíveis e diferenciados para que isso aconteça. Segundo ele os jogos estimulam a curiosidade cria oportunidades para os alunos exporem suas ideias e a discutirem entre colegas, e assim, através do conflito cognitivo, evoluir suas hipóteses de aprendizagem. 

De acordo com Antunes (1998) o jogo ajuda o educando a construir suas descobertas, desenvolve e enriquece a personalidade, e isso possibilita o professor na condição de mediador, facilitador e condutor do conhecimento, não apenas como transmissor. Nogueira, (2005) disserta ainda sobre inúmeros aspectos que justifica o uso de jogos em sala de aula, O caráter lúdico, o desenvolvimento intelectual, as relações sociais, segundo ele, por meio do incentivo e motivação os alunos conseguem superar as dificuldades e construir o conhecimento desenvolvendo o raciocínio lógico. Nogueira ainda ressalta que:

 [...] o trabalho pedagógico com jogos envolve o raciocínio dedutivo para a jogada, para a argumentação e troca de informações, além de permitir a comprovação da eficiência de estratégias pensadas. Resgatam o lúdico da sala de aula e contribuem para a diminuição de bloqueios apresentados por crianças e adolescentes que temem a Matemática e se sentem incapacitados para aprendê-la, pois passam a ter experiência que aprender é uma atividade interessante e desafiadora (NOGUEIRA, 2005, p. 53).

 

           Diante disso, se faz necessário adotar uma didática que contribuam para a eficiência no estimulo do aluno, de forma que esses possam receber uma formação integral como indivíduo. Carvalho (2010, p.14), menciona que o professor contribui para a aprendizagem, à medida que ele cria condições para que isso ocorra e diz que “[...] em cada uma de nossas aulas, se quisermos realmente que nossos alunos aprendam o que ensinamos, temos de criar um ambiente intelectualmente ativo que os envolva, organizando grupos cooperativos e facilitando o intercâmbio entre eles”.

          Portanto, para que o jogo tenha um cunho educativo, o professor precisa conhecer as necessidades de seus alunos para que, através de uma intervenção bem planejada, ele consiga adaptar o jogo aos objetivos no ensino que pretende alcançar, Rau, corrobora afirmando que o professor “deve buscar o conhecimento sobre o que faz e sobre por que motivo o faz, visando ao domínio dos instrumentos pedagógicos para melhor adaptá-los às exigências das novas situações educativas. ” (RAU 2007, p.38.  Cabral (2006), faz um relato sobre esse assunto dizendo que para que o nosso aluno exerça a cidadania e imprescindível que ele desenvolva determinadas competências, que com certeza podem serem oferecidas pelos jogos, como a boa convivência dentro de um grupo, que depende de alguns fatores como; pensamentos divergentes, capacidade de trabalhar em equipe, pensamento crítico, saber comunicar, aceitar críticas entre outros. 

          As habilidades destacadas aqui, são competências que dificilmente seriam adquiridas em um ensino tradicional, portanto conscientes das exigências da sociedade que vivemos, é importante trabalhar esses aspectos na formação do aluno levando-o a ser capaz de resolver problemas, utilizar a imaginação e a criatividade que são requisitos cada vez mais indispensáveis no cotidiano das pessoas.



  1. METODOLOGIA



          O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa, com o intuito de aferir a importância do uso dos jogos, como metodologia de ensino/aprendizagem que possibilite ao professor ensinar de forma dinâmica e lúdica, e analisar a sua relevância no ensino de matemática para vida dos alunos, tendo em vista o desinteresse dos alunos e as dificuldades encontradas pelos professores nessa área do ensino. Para tanto foi utilizado uma pesquisa bibliográfica conforme ressalta Praça (2015, p. 74), o “Método científico pode ser definido como um conjunto de etapas e instrumentos pelo qual o pesquisador científico, orienta seu projeto de trabalho com critérios de caráter científico para alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial”. 

          Sendo assim foi possível constatar através da pesquisa que a teoria do ensino através dos jogos didáticos tem uma grande relevância na aprendizagem do aluno, tornando o ensino mais satisfatório, e consequentemente o aluno mais interessado no conhecimento e mais habilitado como indivíduo, como foi afirmado por vários autores.



CONSIDERAÇÕES FINAIS



          Essa trabalho mostra que é urgente a necessidade de buscar estratégias para  tornar o ensino mais dinâmico, interessante e eficaz na vida do aluno, para tanto a busca de metodologias mais inovadores é primordial, de acordo essa pesquisa, os jogos didáticos, podem ter uma contribuição valiosa no ensino/aprendizagem, pois, proporciona maior interação, abre espaço para o diálogo, debates questionamentos com pontos de vida diferentes, além disso, ajuda a impor limites, ensina o respeito, a disciplina que  são aspectos fundamentais para preparar cidadãos competentes hábeis e destemidos, diante da sociedade na qual vivemos. 

        Assim sendo, e necessário que professores tenham consciência que os métodos tradicionais podem ser melhorados quando há espaço para novas metodologias de ensino, que podem contribuir para uma aprendizagem mais dinâmica e interessante, de acordo com Sant’anna & Nascimento (2011). “O ensino da matemática deve estar relacionado com essa busca incessante do novo, de forma alegre, feliz, descontraída e divertida”.  Pois é possível que o aluno aprenda sendo feliz e se divertindo, quando o aluno e estimulado ele consegue aprender melhor há maior rendimento, o ensino de torna mais eficaz, efetivo e satisfatório.

           Sobretudo é importante destacar, que o ensino de melhor qualidade exige mais empenho e dedicação por parte dos educadores, como: propósitos bem definidos, planejamentos bem elaborados, eficiência e conhecimento. Portanto e preciso refletir como profissionais na área da educação, como diz Gómez (2001), um profissional que reflete criticamente sobre a prática cotidiana a fim de compreender as características específicas daqueles processos, facilita o processo do ensino e desenvolvimento autônomo do educando.



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