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Análise de Custos de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) em Empresas de Construção Civil

Jenai Ferreira de Souza[1]

 

Resumo

Esta pesquisa visa a análise de custos de equipamentos de proteção individual (EPI’s) em empresas de construção civil com o intuito de descobrir se essa gestão de controle pode diminuir os gastos de custos e estoque dos EPI’s, tem como objetivo verificar e identificar se as empresas do ramo da Construção Civil em estudo possuem um sistema de Gestão de Custos dos Equipamentos de Proteção Individuais adquiridos e como as mesmas realizam tais procedimentos. Para alcançar esses objetivos foi utilizada como método a visita a duas empresas do ramo da construção civil seguida de uma entrevista estruturada realizada com as responsáveis indiretas pelos Equipamentos de Proteção individual e análise dos documentos de compra e estoque dos materiais (EPI’s). O texto foi fundamentado em autores como Soares, et al 2012,  SEGeT 2013, Dalton et al 2010, BALLISTA 2013 e no Manual de Legislação Atlas (2009). As construtoras pesquisadas demostraram possuir o mínimo controle dos EPI’s. Pode-se concluir com essa pesquisa que as empresas não utilizam um sistema de gestão o que aumenta os gastos mensais e os desperdícios dos equipamentos de proteção individual (EPI’s).

Palavras-chave: Gestão. Custo. Controle. EPI’s. Estoque.

 

Abstract

This research aims to analyze the costs of personal protection (PPE) in construction companies in order to find equipment if such management control can reduce spending costs and inventory of PPE, aims to determine and identify whether firms Branch of Construction under study have a system of Cost Management of Individual Protection Equipment acquired and how they perform such procedures. To achieve these goals has been used as a method to visit two companies in the field of construction followed by a structured interview with the indirect responsible for Personal Protection and analysis of purchase and inventory of materials (PPE) documents. The text was based on authors such as Smith, et al 2012 seget 2013 Dalton et al, 2010, 2013, and in BALLISTA Legislation Manual Atlas (2009). Construction companies surveyed have demonstrated minimal control of PPE. It can be concluded from this research that companies do not use a management system which increases the monthly expenses and waste of personal protective equipment (PPE).

Keywords: Management. Cost. Control. PPE. Stock.

 

Introdução

O presente trabalho tem como tema a análise de custos de equipamentos de proteção individual (EPI) em empresas de construção civil com o objetivo de verificar e identificar se as empresas do ramo da Construção Civil em estudo possuem um sistema de Gestão de Custos dos Equipamentos de Proteção Individuais adquiridos e como as mesmas realizam tais procedimentos. A questão que norteia essa pesquisa é:

·      As empresas conseguirão reduzir as despesas com a implantação do controle de custos e estoque de EPI’s?

Os EPI’s são materiais obrigatórios em todas as empresas tanto públicas ou privadas e órgãos governamentais (municipal, estadual e federal), aonde venha ter riscos ocupacionais ao funcionário, daí a importância da implantação de uma gestão de custos para que as empresas venham a conhecer o que gasta e quanto gasta baseados em informações não ilusórias e sim em dados concretos pertinentes às necessidades da empresa e para alcançar esse fim, se faz necessário um acompanhamento e monitoramento. Muitos empregadores nas solicitações de compras reduzem as aquisições dos EPI’s por falta de informações concisas. Para realizar um processo de gestão eficaz se faz necessário atentar para as obrigações legais que são inerentes aos seus ramos de negócio, dentre essas podemos destacar a área de saúde e segurança do trabalho que visa de acordo com as legislações vigentes trabalhistas, zelar pela integridade física e a segurança do trabalhador fornecendo o Equipamento de Proteção Individual (EPI’s), todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Tais equipamentos segundo o Manual de Legislação Atlas (2009) na NR-06 item 6.1 e 6.3 são disponibilizados gratuitamente ao trabalhador em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Esses equipamentos são entregues ao trabalhador de forma gratuita e geram custos para empresas e muitas delas ao adquirir os EPI’s não possuem controle e nem contabilizam os custos, por isso compram EPI’s que ficam sem movimentação no estoque e/ou em quantidades insuficientes gerando perdas. Nesse contexto o objetivo dessa pesquisa é verificar e identificar se as empresas do ramo da Construção Civil em estudo possuem um sistema de Gestão de Custos dos Equipamentos de Proteção Individuais adquiridos e como as mesmas realizam tais procedimentos.

Para alcançar os objetivos propostos, utilizou-se como recurso metodológico, a visita em duas empresas do ramo de construção civil acompanhado da análise dos documentos referentes à compra, controle e estoque de EPI’s. O texto foi fundamentado em autores como Santos 2010, Soares, et al 2012,  Manual de Legislação Atlas 2009.

 

Desenvolvimento

Desde os primórdios já havia uma preocupação com a segurança do trabalhador, Trindade (2012) relata sobre um documento Egípcio do ano de 2360 a. C., o papiro Anastácius V, que fala da preservação da saúde e da vida do trabalhador [...] evidenciando ao faraó a necessidade de melhorar as condições de vida dos escravos. Em várias literaturas e histórias das comunidades sempre ouve a preocupação com esse tema, inclusive a legislação que trata de EPI’s no âmbito da segurança e saúde do trabalhador estabelecida pela Consolidação das leis do trabalho (CLT).

 Entretanto, para que haja essa segurança se faz necessário que alguém fique a frente desta responsabilidade e que mais poderia se responsabilizar por outros que não os empregadores dos mesmos. Assim voltamos o nosso olhar para esses empregadores e que método os mesmos estão utilizando para não saírem em desvantagens quanto à administração dos equipamentos necessários para preservar a saúde do trabalhador. Desde o controle na hora da compra até o correto manuseio pelos funcionários deve ser levado em consideração quando se trata de preservar a saúde e diminuir as despesas.

No ramo da construção civil são vários os EPI’s de uso obrigatório entre eles botas e calçados adequados, luvas de variados tipos, cinto de segurança/talabarte, máscaras para proteção respiratória, protetores auditivos, óculos e muitos outros variando conforme a função do funcionário.  O Manual de Legislação Atlas em sua Lei 6.514 de 22 de dezembro de 1977 no cap. V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) artigo 166, p.03 afirma que:

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,    equipamentos de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

Entremeio a tantos equipamentos se faz necessário uma gestão de controle para evitar o desperdício e os gastos desnecessários. Para realizar essa gestão de controle a empresa deve administrar de forma cuidadosa as entradas, utilização e saída dos EPI’s, através da realização de um planejamento que envolve a análise dos custos e o controle do estoque. A seguir será tratado sobre esse tema.

Custo – segundo Martins (2012) os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) devem ser selecionados de acordo com as necessidades do trabalho. O custo médio de EPI’s por cada operário será contabilizado em função do consumo de cada equipamento, para isso é preciso definir a função do trabalhador assim como o horário de trabalho entre outras situações, o que irá definir o padrão dos EPI’s. Com as informações acima em mãos é possível calcular a demanda necessária de insumo por operário considerando a durabilidade e o desgaste de cada material.

Controle – depois de analisar os dados referentes ao custo é preciso controlar os materiais adquiridos organizar as entradas e saídas de acordo com as necessidades reais sem desperdício. De acordo com isso Chiavenato escreveu que:

Todos os materiais precisam ser adequadamente administrados. As suas quantidades devem ser planejadas e controladas para que não haja faltas que paralisem a produção, nem excessos que elevem os custos operacionais desnecessariamente. Nem menos e nem mais. A administração de materiais consiste em ter os materiais necessários na quantidade certa no local certo, no tempo certo, a disposição dos órgãos que compõe o processo produtivo da empresa. (CHIAVENATO, 2005, p.124)

As empresas precisam entregar aos seus funcionários os EPI’s constantemente, porém no momento de realizar as compras dos equipamentos de proteção individual desconhecem ou mesmo ignoram a necessidade de possuir um estoque adequado, não se atendo a necessidade de possuir um sistema de gestão e controle de EPI’s para padronizar o procedimento de compra e controle de estoque como:

1.  Possuir uma tabela com a relação dos EPI’s necessários e as funções relacionadas.

2.  Possuir uma planilha com a quantidade adequada para compra incluindo a média que precisa ter no estoque, o limite inferior, o superior, o desvio padrão, a variância para que se possa ter um estoque de segurança.

3.  Sistematizar um acompanhamento, com o histórico de saída de EPI’s por setores com valores gastos, EPI’s pouco utilizados, e quais possuem mais durabilidade.

4.  Possuir uma planilha para o setor de compras – mapa comparativo de preço, com no mínimo três orçamentos.

5.  Ministrar treinamento eficiente que contemple o uso correto, a higienização e a conservação dos EPI’s.

6.  Emitir relatórios quinzenal, bimestral, semestral e anual e analisar os dados.

Seguindo esse sistema as empresas serão capazes de obter melhores resultados no acompanhamento dos EPI’s e no controle dos gastos com os mesmos.

O presente trabalho identificou como dificuldade para seu desenvolvimento encontrar empresas que participassem em responderem as informações solicitadas no questionário. Houve ainda a falta de controle e responsáveis pela alimentação dos EPI’s movimentados pelo estoque em alimentarem as informações nas planilhas, entrada e saída de produtos no estoque, dessa maneira resulta em inconsistência de informações, dos tipos de EPI’s, das quantidades existentes no estoque, e por esta razão necessita-se realizar um contagem e recontagem a cada trimestre para verificar a veracidade das informações. Por isso a análise ficou limitada a duas empresas do ramo da construção civil de médio porte.

Participaram desta pesquisa duas funcionárias sendo uma da empresa A e outra da empresa B, ambas auxiliam na entrega e compra de EPI’s e possuem formação técnica em Segurança no trabalho. As informações foram repassadas através de uma entrevista estruturada e análise de documentos das empresas referentes à compra e estoque de equipamentos de proteção.

A construtora A atua em Sinop por 15 anos e possui um quadro de funcionários com um total de 100 funcionários divididos em administrativo (10), armador de ferragem (08), Carpinteiro (10), Eletricista (04), Encanador (04), Pedreiro (35), Pintor (04) e Servente (25).  No ano de 2013 a empresa teve um gasto aproximado de 68.302,26 reais variando entre 4.000,00 a 8.300,00 mil reais por mês, contabilizando um total de 4.500,00 reais os EPI’s que estão no estoque até o momento da finalização da pesquisa.

Segundo a funcionária entrevistada a construtora possui algumas planilhas para a realização do controle das entradas e saídas dos equipamentos de proteção individual, e efetua compras mensalmente para reposição de estoque, entretanto no planejamento de compra não é realizado a análise de estoque. Os pedidos são realizados de forma visual sem uma contagem minuciosa, ao ver a quantidade nas prateleiras diminuir, os pedidos são renovados sem o prévio conhecimento dos materiais que são realmente necessários. Um dos casos relatados na entrevista foi concernente ao equipamento contra queda de altura (cinto de Segurança) que foi realizado um pedido de 125 unidades no mês de Junho, sendo que dos 100 funcionários da empresa apenas 75% utilizam esse equipamento e por poucas horas do dia, considerando a durabilidade do produto e quantidade pedida a empresa terá equipamento por aproximadamente 02 anos isso se não perder o equipamento por fim do prazo de validade.

A construtora B atua em Sinop há 18 anos e possui um quadro e 120 funcionários divididos entre administrativo (09), armador de ferragem (11), Carpinteiro (13), Eletricista (07), Encanador (07), Pedreiro (38), Pintor (07) e Servente (28). Nesta empresa não foi identificado nenhum tipo de controle com relação aos equipamentos de proteção individual (EPI’s), não há planilhas nem um funcionário responsável pelo estoque. A organização e efetuação das compras é realizada por variados funcionários e o controle não é possível com várias pessoas diferentes realizando o trabalho a cada mês. Os gastos variam de 4.500,00 a 9.500,00 reais mensais, com um total aproximado de 80.617,64 reais durante o ano de 2013, sendo que, no momento da finalização desta pesquisa possuía um estoque que totalizava o valor de 8.000,00 reais.

Os resultados encontrados acima reafirmam o que já foi citado anteriormente sobre controle de custos. Dentro desta análise é importante citar que para controlar os custos os empregadores necessitam de conhecimento sobre a quantidade de funcionários e a função de cada um, quais equipamentos utilizam no desempenho de suas funções, e o valor do mesmo. Com esses dados em mãos é possível calcular o gasto mensal de EPI’s por funcionário. Dessa forma será possível verificar a quantidade em reais de produtos que será gasto mensalmente na empresa, avaliando também que os EPI’s são entregues aos funcionários a cada seis meses.

De acordo com uma entrevista realizada por Martins (2010) com o superintendente de engenharia da Construtora Ferreira Guedes, Luiz Paulo Zuppani Ballista o primeiro passo é definir o perfil de cada trabalhador: mensalista; horista básico; trabalho em altura; soldador; eletricista; e outras situações, em seguida determinar o tempo de validade e de desgaste de cada material (EPI’s). Depois se multiplica o custo unitário da peça pela quantidade de peças fornecidas e em seguida se divide pela periodicidade da troca considerando, inclusive, aqueles EPIs que não são trocados ao longo de toda a construção, como é o caso de cintos de segurança. Para comprovar a hipótese de que as empresas economizariam uma quantidade razoável com a gestão de controle foi realizado uma cotação dos preços de EPI’s na cidade de Sinop relacionados abaixo, com o intuito de conseguir o menor preço, no entanto, sem excluir a qualidade.

Para fazer o custo mensal foi utilizou-se uma planilha - Mapa comparativo de preços e realizado uma cotação com 03 fornecedores (A, B e C) relacionados os EPI’s utilizados pelo Armador de ferragem. Calçado de segurança - R$ 48,50-R$ 33,79- R$ 33,79; Capacete de segurança - R$ 23,50- R$ 6,79 - R$ 10,00; Luva de Vaqueta - R$ 13,90- R$ 15,60- R$ 9,97; Óculos de segurança contra impacto incolor - R$ 2,99- R$ 5,20- R$ 2,89; Protetor auditivo plug - R$ 1,00- R$ 0,69- R$ 0,90; Touca árabe - R$ 2,00- R$ 2,50- R$ 2,80; Uniforme - R$ 80,00- R$ 75,00- R$ 78,00.

A seguir foram identificados quais os EPI’s utilizados por cada funcionário em suas respectivas funções na Construtora A e B. 01-Administrativo – Calçado de segurança, capacete de segurança, óculos de segurança cinza, protetor auditivo plug, Touca árabe, uniforme; 02-Armador de ferragem – Calçado de segurança, capacete de segurança, luva de vaqueta,  óculos de segurança cinza, óculos de segurança incolor, protetor auditivo plug, Touca árabe, uniforme; 03- Carpinteiro – Calçado de segurança, capacete de segurança, máscara desc. PFF1-P1, óculos de segurança cinza, protetor auditivo plug, Touca árabe, uniforme; 04-Eletrecista - Calçado de segurança, capacete de segurança, óculos de segurança cinza, óculos de segurança incolor, protetor auditivo plug, Touca árabe, uniforme; 05-Encanador - Calçado de segurança, capacete de segurança, óculos de segurança cinza, óculos de segurança incolor, protetor auditivo plug, Touca árabe, uniforme; 06 – Pedreiro - Calçado de segurança, capacete de segurança, luva de látex, óculos de segurança cinza, óculos de segurança incolor, protetor auditivo plug, Touca árabe, uniforme; 07 – Pintor - Calçado de segurança, capacete de segurança, luva de látex, máscara desc. PFF1-P1, óculos de segurança cinza, rança incolor, protetor auditivo plug, Touca árabe, uniforme; 08 – Servente - Calçado de segurança, capacete de segurança, luva de látex, máscara desc. PFF1-P1, óculos de segurança cinza, óculos de segurança incolor, protetor auditivo plug, Touca árabe, uniforme.

Após a identificação foi utilizado à fórmula sugerida na entrevista de Martins (2010) com o superintendente de engenharia e calculado o gasto mensal com cada funcionário para chegar à conclusão de quantos em reais o empregador gastará por mês com todo o quadro de funcionários. Assim o processo foi realizado da seguinte forma, um calçado de segurança que custa R$ 33,79 e o funcionário recebe dois pares a cada seis meses: R$ 33.79 x 2/6 = R$11,26, logo o custo mensal do empregador com o calçado deste funcionário é de R$11,26 por mês.

Agrupando todos os EPI’s utilizados por cada funcionário e realizando o mesmo calculo é possível obter o valor exato que será gasto durante o mês facilitando desta forma o controle das despesas. Foi descrito qual o gasto com um funcionário na função armador de ferragem em seguida multiplicado o valor para obter a quantidade gasto com os oito funcionários que trabalham na mesma função. Custo Mensal dos EPI’s utilizados pela Construtora A na função de armador de ferragem de um funcionário R$ 88,17 e dos 08 funcionários R$ 705,38. (01)-Produto; (02)-Unitário; (03)-Quantidade de troca (unidades); (04)-Periocidade da troca (meses); (05)-Previsão custo mensal. (01)-Calçado de segurança, (02)-R$ 33,79, (03)-02, (04)-06, (05)-R$11,26; (01)-Capacete de segurança, (02)-R$6,79,(03)-01,(04)-01,(05)-R$0,57; (01)-Luva de vaqueta, (02)-R$9,97,(03)-05,(04)-01,(05)-R$49,85; (01)-Óculos de segurança contra impacto incolor,(02)-R$2,89,(03)-01,(04)-06,(05)-R$0,48; (01)-Protetor auditivo plug,(02)-R$0,69,(03)-01,(04)02,(05)-0,35; (01)-Touca árabe,(02)-R$R$2,00,(03)-02,(04)-06,(05)-R$0,67; (01)-Uniforme,(02)-R$75,00,(03)-02,(04)-06,(05)-R$25,00.

Foi calculado o custo mensal e o porcentual de consumo para monitorar as despesas, ou gasto de EPI’s conforme as funções desenvolvidas, com o intuito de não elevar os custos e caso isso ocorra, identificar as causas. O cálculo realizado para todos os funcionários de cada uma das funções realizadas na construtora A. Os dez funcionários que trabalham no administrativo geram um custo mensal com EPI’s de R$ 368,29 (7%) - armadores de ferragem R$ 705,38 (14%) – encanadores R$ 167,42 (3%) - pintores R$ 209,42 (4%) – serventes R$ 1738,60 (33%) - eletricistas R$153,29 (3%) sendo o que menos gera despesas, dentre todas as funções desempenhadas pela empresa. Os maiores gastos são com os pedreiros com um total de R$ 1.849,31. Dessa forma a somatória do gasto mensal por cada função totalizou o valor de R$ 5.191,73 mensais o que equivale R$ 62.300,76 anuais.

Após tomados os devidos cuidados com o montante gasto e qual o percentual de gastos em cada setor, os cuidados serão voltados para a quantidade de material que deve ser mantido em estoque no decorrer do ano, como garantia de que as atividades não serão prejudicadas por falta de equipamentos de proteçao individual. É do conhecimento geral que um dia, ou até mesmo algumas horas com atividade parada em uma empresa pode gerar grandes gastos, considerando que a compra de materiais de proteção em varejo tambem vai gerar um gasto maior do que a compra em atacado, portanto aconselha-se manter o estoque sempre em dias. Furtado (2009) afirma que:

Entender o papel estratégico do Planejamento e Controle de Estoques é um grande desafio e de suma importância para um mercado competitivo. [...] através dele controlam-se desperdícios, desvios, apuram-se valores para fins de análise, bem como, apura o demasiado investimento, o qual prejudica o capital de giro.

De acordo com o número de funcionários, a durabilidade do produto e o desvio padrão, foram calculados os números de insumos necessários no estoque da construtora A por semestre , onde para 100 funcionários que utilizam 2 pares de calçados a cada mês é necessário uma quantidade de 200 unidades de calçados por semestre, a média foi calculada em função do número da soma de calçados dividido pela quantidade de vezes que o mesmo foi somados de acordo com as funções desempenhadas por cada funcionário.

M = Média    S= Número da soma dos calçados   n= Quantidade de vezes que foi somado os calçados de acordo com as funções (8 funções).

M=S/n             20+16+20+8+8+70+8+50=200/8=25

EPI’s: Calçado de Segurança   - ÁREAS: Administrativo – 10x2=20; Armador de Ferragem – 8x2=16 ; Carpinteiro – 10x2=20; Eletricista – 4x2=8; Encanador – 4x2=8; Pedreiro– 35x2=70; Pintor – 4x2=8; Servente – 25x2=50.

A seguir foi calculado o desvio padrão,isto é, a margem de erro que pode ocorrer em todas as circustâncias e a variância, que é a soma dos quadrados dos desvios dividida pelo número de veses que ocorreu os desvios. Assim chega-se a previsão da quantidade de EPI’s por semestre se deve manter no estoque. Calçado de segurança 222 pares, capacete de segurança 111 unidades, uniforme 222 conjuntos, luva de vaqueta 570 pares, óculos de segurança  incolor 90 unidades,  óculos de segurança cinza 96 unidades, protetor auditivo plug 304 unidades, touca árabe 203 unidades, luva de látex 2.308 pares, másc. desc.PFF1-P1 3.300 unidades, cinto de segurança/talabarte 66 unidades.

Foram realizados os mesmos cálculos para a construtora B e observou-se que os gastos mensais, os nove funcionários que trabalham no administrativo geram um custo mensal com EPI’s de R$ 331,46 (5%) - armadores de ferragem R$ 969,90 (16%) – encanadores R$ 292,99 (5%) - pintores R$ 366,49 (6%) – serventes R$ 1.947,24 (32%) - eletricistas R$ 268,26 (4%) sendo o que menos gera despesas, dentre todas as funções desempenhadas pela empresa. Os maiores gastos são com os pedreiros com um total de R$ 2.007,83 (32%). Dessa forma a somatória do gasto mensal por cada função totalizou o valor de R$ 6.184,16 por mês o que equivale a R$ 74.209,92 anuais.

O cálculo da quantidade de estoque necessária para um semestre na construtora B, considerando o desvio padrão, o número de funcionários e a data de vencimento dos equipamentos utilizados pela empresa. Calçado de segurança 262 pares, capacete de segurança 131 unidades, uniforme 262 conjuntos, luva de vaqueta 750 pares, óculos de segurança  incolor 103 unidades,  óculos de segurança cinza 111 unidades, protetor auditivo plug 367 unidades, touca árabe 245 unidades, luva de látex 2.578 pares, másc. desc.PFF1-P1 3.696 unidades, cinto de segurança/talabarte 78 unidades.

Logo através da análise dos resultados foi possível comprovar que ambas as empresas estão com déficit na gestão de controle, ou com nenhuma gestão. A construtora A possui um gasto anual de R$ 68.302,26 segundo os cálculos realizados, seria possível reduzir para R$ 62.300,76 reais anuais, uma economia equivalente a R$ 6.001,50 por ano. A construtora B gastou R$ 80.617,64 durante o ano de 2013, enquanto que, poderiam ser gastos R$ 74.209,92, o que equivale a R$ 6.407,72 que poderiam ser economizados por ano.

 

Conclusão

Ao final desta pesquisa concluiu-se que as empresas necessitam de um sistema de gestão e controle, pois, o número de funcionários pode variar assim como pode ocorrer o desperdício de EPI’s ao longo do ano, agregando ao empregador um gasto que poderia ser ocasionalmente evitado com a tomada de devidas providências. Logo, a padronização de compra e controle de estoque é o componente indispensavel para o bom desenvolvimento de uma empresa que visa o a diminuiçao dos gastos. Sem um conhecimento prévio dos valores e um sistema de gestão adequado nao será possivel alcançar esse objetivo.

A partir deste estudo será possível contabilizar o custo e benefício no momento da compra de equipamentos de proteção individuais visando ambos e não apenas o custo, pois o que em um momento pode aparentar vantagens no outro pode acarretar problemas. Algumas vezes a empresa acredita que a contratação de um funcionário para se encarregar dos cuidados na movimentação dos equipamentos de proteção individual pode ser algo desnecessário, quando na verdade na maioria das situações trará lucros para a empresa. Um exemplo é o caso das empresas que fizeram parte desta pesquisa, a construtora A, economizaria no ano de 2013 aproximadamente R$ 6.001,50 por quanto tempo a mesma vem perdendo esse valor ou até mesmo maiores quantidades? A construtora B alcança um número um pouco maior em perdas no mesmo ano. Logo, fica comprovado que a padronização no procedimento de compra e controle de estoque é o que vai levar as empresas ao resultado desejado de todo empresário, o lucro.

 

Bibliografia

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TRINDADE, Prof.ª Vanessa - NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho - 2012. Disponível em: http://www.ddsonline.com.br/normas-regulamentadoras-nrs/521-nr-27-registro-profissional-do-tecnico-de-seguranca-do-trabalho-no-ministerio-do-trabalho.html. Acesso em 15 de janeiro de 2014.



[1] Graduado em letras pela UNEMAT - Universidade Estadual de Mato Grosso Campus de Sinop. Técnico de Segurança no trabalho pelo CEPROTEC – Centro de Ensino Profissional Técnico em Sinop – MT. Pós-graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Cândido Mendes.